Homenagem a Manuel Augusto Paixão Marques
Faleceu a 29 de Dezembro, Manuel Augusto Paixão Marques, principal obreiro do Museu Nacional do Vinho, em Alcobaça

Nascido a 7 de Agosto de 1922 na Freguesia de Salvador (Santarém), Paixão Marques conclui o curso de Regente Agrícola em 1942, como trabalhador - estudante.

Antes de ingressar na Junta Nacional do Vinho, a 7 de Fevereiro de 1949, prestou serviço na Adega Social em Muge (Casa Cadaval), no Instituto do Pão e nos campos Experimentais de Portalegre; nomeado em 4 de Junho de 1963, Delegado da JNV em Leiria, com a responsabilidade técnica de três adegas na área da Delegação (Alcobaça, Batalha e Cortes), exerceu essas funções até atingir o limite de idade, o que aconteceu em Agosto de 1992.

Mas foi em 1966, na sequência de orientações emanadas pela então JNV para recolha de material fora de uso que iniciou a recolha de peças, percebendo então que não se podia perder tão importante espólio cultural e etnográfico. Começou então a percorrer o país à procura de objectos com interesse relevante que foi juntando às que haviam sido herdadas da Casa Agrícola Raposo de Magalhães e a muitas outras enviadas por colegas ou oferecidas por amigos. Por razões logísticas mas também por ser o espaço que oferecia melhores condições, as peças foram sendo reunidas no armazém de Alcobaça, começando assim a sua paixão - o Museu.

Mais tarde, quando em 1976 foi efectivada a passagem da Adega Cooperativa para novas instalações com a correspondente desactivação das adegas e dos depósitos da Casa Agrícola Raposo de Magalhães, procedeu então à organização dos diversos espaços museológicos aí existentes, enriquecendo-os com doações e material também adquirido, sempre que possível, em antigas adegas e antiquários que continuava a percorrer, em permanente busca de um ou outro objecto fundamental.

Distinguido com a Medalha de Honra do Concelho de Alcobaça, atribuída por aquele Município em 3 de Janeiro de 1990, foi também objecto de uma homenagem promovida pela AMPV quando da comemoração do seu 1º aniversário pela dedicação que sempre manifestou, não só ao Museu, mas também a todo o sector vitivinícola.

Figura incontornável mas nem sempre compreendida, considera o IVV, I.P. ser de inteira justiça destacar o seu empenho, esforço e dedicação na recolha e preservação de um importante espólio cultural e etnográfico, indispensável para a compreensão não só daquele espaço e da sua história, mas também da história e evolução do sector vitivinícola em Portugal.