Lançamento do livro "Paisagens de Baco. Identidade, Mercado e Desenvolvimento”
Teve lugar na Sede do Instituto da Vinha e do Vinho, IP, no dia 15, o lançamento do livro "Paisagens de Baco. Identidade, Mercado e Desenvolvimento" da autora Ana Lavrador.

Ana Lavrador, licenciada em Geografia e mestre em Geografia Física e Ambiente pelo Centro de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorada em Artes e Técnicas da Paisagem pela Universidade de Évora, tem colaborado em vários projectos, designadamente de investigação, e na publicação de artigos em actas e revistas científicas, nacionais e estrangeiras.

A obra " Paisagens de Baco. Identidade, Mercado e Desenvolvimento" foi apresentada pelos Professores Doutores Fernando Bianchi- de- Aguiar e Maria da Graça Saraiva.

Esta publicação surge na sequência da tese de doutoramento da autora, apresentada à Universidade de Évora (Julho de 2008), visando uma temática inovadora, em Portugal - a importância da paisagem para o desenvolvimento das regiões vitivinícolas. O trabalho assentou numa linha de pensamento pós-moderno, alicerçado em três conceitos fundadores: identidade, percepção e representação, comunicando a paisagem enquanto conceito integrador e multifacetado. Foram estudadas 5 regiões emblemáticas portuguesas: Vinhos Verdes, Douro, Dão, Bairrada e Alentejo, cuja análise nos transmite ensinamentos interessantes quanto à forma como as paisagens vitivinícolas são percepcionadas, geridas e promovidas. 

A metodologia e técnicas utilizadas abordam questões como:

  • A defesa da originalidade das paisagens vitícolas portuguesas como valor relevante no quadro económico regional e nacional face à ameaça da globalização e mecanização que tende a descaracterizá-las.
  • A sustentabilidade da paisagem que torna essencial uma visão global que abarque o conhecimento biofísico do território das regiões vinhateiras, os processos tecnológicos e produtivos, as realidades sociais e económicas das comunidades, desde as locais ligadas à produção até às ligadas à comercialização e consumo do vinho produzido nessas regiões, evidenciando que só é possível preservar e valorizar a paisagem vitícola se a actividade económica que lhe está associada for sustentável.

A autora percorreu as várias paisagens vitícolas do país investigando os territórios nas suas múltiplas facetas, trazendo-nos um novo olhar sobre as paisagens vitícolas do nosso país, a sua singularidade, o carácter, a diversidade, as potencialidades, as fragilidades e, ainda, sobre os seus actores, as suas visões, percepções, representações, expectativas e dificuldades.

Procurou ainda identificar elementos territoriais (marcas) que constituam referências de identidade para as regiões vitivinícolas, ajudando a criar uma imagem simbólica e diferenciadora, que agregue agentes socioeconómicos e promova e desenvolva as regiões e os seus vinhos.