No primeiro semestre deste ano, as exportações e expedições portuguesas de vinho atingiram os 140,382 milhões de euros, traduzindo uma variação de +21,6% face a igual período de 2009. Com o comércio externo a aumentar 11,6% em volume para os 841.651 hectolitros, o preço médio teve um aumento de 9,0% subindo para os 1,67 euros por litro.

Com esta evolução positiva verificada nos primeiros seis meses de 2010, verifica-se que, em média, foram exportados em cada mês mais 4,160 milhões de euros e mais 14.550 hectolitros do que o verificado no mesmo período do ano anterior. 

Estes são indicadores encorajadores para 2010, após dois anos em que os números, em valor e volume reflectiram quebras às quais não é estranha a conjuntura económica mundial.

Esta análise do IVV, IP aos dados fornecidos pelo INE, IP não inclui os vinhos licorosos com DOP "Porto" e DOP "Madeira", devido ao posicionamento e comportamento particulares destes vinhos nos mercados de exportação.

Destaque de mercados

Angola mantém-se em posição de destaque enquanto principal destino dos vinhos portugueses, com um peso de 12,6% em valor 22,2% em volume.

Face ao período homólogo de 2009, observam-se variações de -17,2% em valor e de -3,9% no volume. Este decréscimo origina uma variação de -13,9% no preço médio, situando-se em 0,95 euros/litro.

França ocupa neste semestre a 2ª posição entre os principais destinos, com variação de +54,9% em valor. Este aumento deve-se ao crescimento de 65,8% do volume, para o qual contribui maioritariamente o vinho a granel, que representou 3/4 das exportações para este destino. A exportação de vinho a granel reflecte-se no preço médio do vinho, que atinge assim um baixo valor entre os vários destinos de exportação.

O Brasil registou uma evolução positiva, ocupando o 7.º lugar na lista de mercados de exportação, com +54,9% em valor e +59,9% em volume, com uma variação de -3,2% no preço médio para os 2,73 euros/litro.

Destaque também para a China que, apesar de representar ainda um valor reduzido nas nossas exportações (na ordem do 1% em volume e valor), regista no primeiro semestre de 2010, os maiores crescimentos percentuais face ao período homólogo, com +184% em valor e +83,5% em volume.

Destaque de produtos

A categoria "Vinho e vinho com Indicação Geográfica (IG)", que inclui os antigos vinhos de mesa e os vinhos regionais, regista um crescimento de +25,5% em valor, sendo o mais significativo na análise aos períodos homólogos.

Mesmo com um aumento global das exportações, os vinhos com Denominação de Origem (DO) mantêm o seu peso no global das exportações portuguesas, representando 35% do valor e 21% do volume. Assinala-se nesta categoria a valorização do preço médio, que sobe 9,3%, para um valor de 2,85 euros/litro.