A dois meses da apanha da uva, os produtores de vinho da região de Palmela manifestam-se satisfeitos com o clima ameno nos campos agrícolas. Pouca humidade e pluviosidade e ainda uma Primavera e Verão com temperaturas pouco elevadas são factores que favorecem o aumento da produção e da qualidade do vinho.

A produção de uva, em termos gerais, vai ser ligeiramente superior à do ano passado, em cerca de 10 por cento, segundo prevê Leonor Freitas, da Casa Ermelinda Freitas, com adega em Fernando Pó, ao passo que a Adega Cooperativa de Pegões estima chegar a um acréscimo de produção de uva que pode ir até aos 15/20 por cento.

No que toca à qualidade do fruto, a empresária de Fernando Pó realça que vai ser "muito boa", uma vez que as condições climatéricas são as "ideais" para um bom ano vinícola. "As maturações das uvas estão a acontecer com um grande equilíbrio o que antevê um bom ano de vinhos", sublinha. No global, a Casa Ermelinda Freitas perspectiva produzir à volta de 4 milhões de litros de vinho em garrafas e em 'bag-in-box'.          

Vasco Garcia, coordenador da enologia da Bacalhôa Vinhos de Portugal, garante mesmo que até poderemos estar na presença de um "ano excepcional" de produção e qualidade de vinho, sublinhando que essa situação só poderá ser confirmada "mais próxima" da Vindima, talvez já durante o mês de Agosto.  

Os produtores querem esquecer um 2008 em que se registou, por exemplo na Adega Cooperativa de Palmela, quebras na ordem dos 40 por cento na produção de uva, devido essencialmente ao "fraco crescimento" de cachos. Domingos Soares Franco, da José Maria da Fonseca, com adega em Azeitão, faz votos para que até à Vindima não surjam chuvas nem humidades imprevistas, pois isso iria provocar doenças nas vinhas e afectar as colheitas de uva. Para que se produzam vinhos de qualidade, Leonor Freitas considera que se deve apostar mais numa atenção especial às vinhas, porque só que tem "boas" vinhas é que pode produzir boa pinga.

Fonte: Jornal Sem Mais