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Produção 2010 com brancos "marcados pela frescura" e tintos de "expressão aromática"
A produção vitivinícola deste ano dará vinhos brancos "marcados pela frescura e pelo equilíbrio" e tintos de "boa cor e expressão aromática", de acordo com as previsões da associação inter profissional ViniPortugal.

Num balanço da campanha feito junto de enólogos das várias regiões vitivinícolas do país, a ViniPortugal conclui que este será "um ano de boa qualidade" dos vinhos e de aumento da produção.

A campanha vitivinícola 2010/2011 foi marcada por chuvas constantes na fase de crescimento vegetativo da videira, o que, segundo a associação, ajudou a um bom desenvolvimento da planta.

As altas temperaturas do verão e a baixa humidade contribuíram para o aparecimento de escaldão, problemas de stress hídrico e paragens de maturação em algumas regiões e em algumas castas, adianta.

Este atraso na maturação levou alguns produtores, sobretudo no Norte do país, a atrasaram o início das vindimas, arrastando a sua conclusão para meados de outubro.

Produtores ouvidos pela agência Lusa afirmaram que as condições climatéricas que têm acompanhado a época das vindimas se têm revelado muito favoráveis, realçando Luciano Vilhena Pereira, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, a existência "de momentos de recolha de uva de grande qualidade".

Na região vitivinícola do Vinho Verde, o enólogo auscultado pela ViniPortugal, António Luís Cerdeira, afirmou que as condições climatéricas, em particular os meses quentes do verão, permitiram "modelar o equilíbrio entre os ácidos e os açucares da uva", prevendo um ano semelhante a 2009 "com um ligeiro acréscimo de produção".

Filipa Pato, da região da Bairrada, referiu a "colheita excecional" nos brancos, o que acontece igualmente com os brancos do Dão, que, segundo Álvaro de Castro, "apresentam-se equilibrados, com boa acidez".

No Douro, o enólogo Tiago Alves de Sousa realçou o "equilíbrio muito bom entre a estrutura vegetativa robusta que resultou das reservas de água no solo acumuladas durante o inverno e a produção", sublinhando a "maturação suave" da uva.

"Tudo indica que tal resultará em mostos muito equilibrados, com boa preservação dos aromas varietais e da acidez", disse, sugerindo que, caso o tempo o permita, a vindima espere "por uma boa maturação fenólica".

Na região vitivinícola de Lisboa, as expetativas do enólogo João Corrêa são de um aumento de produção e de boa qualidade nos vinhos, pedindo atenção e escolha das uvas na entrada da adega, dada a irregularidade (ditada pelas condições climatéricas) de uma colheita que tem apresentado de modo geral uvas sãs.

Tal como em Lisboa, também na região Tejo a vindima foi atrasada uma semana devido ao atraso na maturação das uvas, apresentando estas "um ótimo estado sanitário".

Rui Reguinga realça nesta região os brancos com "boa fruta, boa frescura" e os tintos com "boa estrutura" e muita fruta com graus álcool na ordem do 13,5 a 14 graus, esperando um aumento de 15 por cento na quantidade e um ano de "qualidade média".

Na Península de Setúbal, Jaime Quendera espera que este seja "dos melhores anos de vinhos brancos" que já fez, especialmente os Moscatéis e Fernão Pires, sendo a expetativa para os tintos muito boa.

Paulo Laureano, da região Alentejo, disse à ViniPortugal que não acredita num ano excecional, "mas tão pouco (será) um desastre", sublinhando o trabalho feito para atenuar "alguns efeitos mais nefastos".

No Algarve, Rui Virgínia considerou este "um ano de boa colheita".


Fonte: SIC Online / Lusa