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Os vinhos biológicos ajudam a conservar os montados
A organização ambiental WWF, fomenta a produção de vinhos biológicos para o aumento da utilização de rolhas de cortiça certificadas.

Produzir vinhos de qualidade e respeitar o meio ambiente é possível e para além disso é rentável, é o que asseguram os viticultores que apostaram na agricultura biológica. Reduzir o uso de fertilizantes, potenciar o controlo de pragas por predadores naturais, recuperar a vegetação autóctone e promover a conservação da água são algumas das boas práticas agrícolas que marcam a diferença destas vinhas.

A organização ecologista WWF (Worl Wide Fund for Nature) promove tanto a produção de vinho biológico como o uso de rolhas certificadas FSC (Forest Stewardship Council), a certificação internacional que garante a boa gestão do montado de sobro durante todo o processo: desde a extracção da cortiça até que a rolha seja colocada numa garrafa.

Normalmente os vinhos de qualidade são ainda engarrafados com rolhas de cortiça, mas nos últimos anos tem aumentado a utilização de rolhas sintéticas, tais como o plástico ou o metal, uma tendência nociva ao meio ambiente que para além disso está também a ameaçar a extracção tradicional de cortiça, e com isso o futuro dos montados de sobro.

O sobreiro é uma árvore típica do Mediterrâneo cuja exploração representam uma importante fonte de rendimentos para as zonas rurais. "O montado de sobro é um dos ecossistemas com maior biodiversidade", explica Elena Dominguez, coordenador do consumo responsável de produtos florestais do WWF. No entanto, os incêndios, a ausência de gestão, os excessos da caça, os efeitos das alterações climáticas e a desertificação rural ameaçam a sua conservação.

Actualmente ainda se produz pouca cortiça FSC apesar de a procura ser grande em países como o EUA, Austrália, Nova Zelândia, Suíça e França, muito interessados em lançar linhas de vinhos biológicos.

O que é mais caro na produção biológica são os campos que necessitam de mais atenção, pois é necessário estar mais consciente do clima e de outros factores, ao contrário do vinho convencional, em que se podem aplicar soluções pré estabelecidas quando há um problema, e isto significa custo extra.

 

Fonte: Naturlink / Ana Ganhão