O vinho tem sido muitas vezes, ao longo da história, objecto de manifestações ou reinterpretações culturais, no que diz respeito ao seu processo de produção ou ao resultado final desse processo. A adega que o arquitecto portuense Siza Vieira projectou para a marca portuguesa Adega Mayor insere- -se nesse contexto de reinterpretação, neste caso na representação da adega clássica - o local onde é armazenado o vinho - como uma estrutura com um carácter arquitectónico mais contemporâneo.
Esse carácter de contemporaneidade foi precisamente o que levou o San Francisco Museum of Modern Art (MOMA) a incluir a adega desenhada por Siza na exposição "How Wine Became Modern: Design + Wine 1976 to Now", inaugurada no dia 20 naquele museu americano. A exposição, como o nome indica, traça um percurso pela redefinição da identidade do vinho, em relação às conotações sociais, económicas e culturais que foi sofrendo.
A Adega Mayor torna-se assim a única marca portuguesa a ser seleccionada para figurar na exposição (que inclui 35 marcas internacionais), concebida pelo gabinete de arquitectura nova-iorquino Diller Scofidio + Renfro. O edifício de Siza Vieira (de 40 por 120 metros), caiado de branco, tornou-se a primeira "adega de autor" (segundo comunicado da marca) em Portugal, após a sua conclusão em 2007, estando o seu volume horizontal presente numa das salas da exposição (à escala, claro).
Para além da arquitectura, estão também patentes na exposição exemplos do design gráfico, da fotografia, da escultura, do desenho e ilustração e da arte vídeo e multimedia, bem como textos interpretativos sobre a cultura visual (o conjunto global das formas de apresentar o produto) do vinho. Mais ainda, a "How Wine Became Modern" inclui também uma smell wall (parede de cheiros, traduzido à letra), que possibilita aos visitantes terem contacto com a dimensão olfactiva inerente à cultura do vinho.
Desenhando um percurso de um produto em mudança desde meados do século XX, quando do aparecimento do turismo vinícola e da crítica e prova de vinhos, o MOMA escolheu a obra de Siza Vieira como um caso da mudança de identidade e de uma cultura vinícola em transformação.
Fonte: DN / Alexandre Elias
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