A Região dos Vinhos Verdes tem boas razões para brindar no final de 2010, depois de garantir mais um recorde nas exportações, que deverão crescer 15%, para os €35 milhões.
"Em outubro já tínhamos ultrapassado o valor de 2009 e garantido o terceiro ano de crescimento consecutivo. É desta forma que estamos a conseguir compensar as quebras no consumo nacional, onde caímos 7%, em linha com a maioria das regiões demarcadas", afirma Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.
Com um preço médio de €2,2 por litro na exportação, o vinho verde está a beneficiar do impulso de países como os EUA, onde as vendas cresceram mais de 30% e já passam os €6 milhões, o que coloca o país como o maior cliente externo dos vinhos do Minho.
Na análise do perfil exportador das marcas de vinho verde, Manuel Pinheiro salienta precisamente "o salto dado nos EUA", país no qual as marcas da região conseguiram passar as fronteiras da imigração e estão a vender em Estados como a Pensilvânia ou o Texas, onde não há comunidades lusas.
"É raro o dia em que a CVRVV não recebe uma mensagem eletrónica de uma garrafeira norte-americana a pedir a lista de fornecedores porque querem importar", refere. Fresco, gaseificado, com pouco álcool e poucas calorias, o vinho verde tem características que encaixam nas atuais tendências de consumo dos EUA.Oprincipal concorrente no país será o Pinot Grigio italiano, mas a CVRVV diz ser "difícil saber" se o verde "vai à boleia do vinho italiano ou disputa o mercado com ele".
Numa região onde a produção não chega para as encomendas, não há stocks e o preço das uvas no produtor atingiu os 50 cêntimos/ quilo, um dos valores mais altos do país. Angola foi um dos poucos mercados em quebra, devido a problemas de pagamento.
O sucesso internacional está a animar o lançamento de novos projetos vocacionados para a exportação (ver textos relacionados).
"Neste momento temos 20 mercados para os quais exportamos mais de ¤100 mil e em sete já vendemos mais de €1 milhão. Em alguns desses destinos, como o Canadá ou a Escandinávia, quase não vendíamos vinho verde há alguns anos", diz o presidente da CVRVV.
Para alimentar a vocação internacional dos vinhos verdes, a região está a investir na promoção internacional em mercados prioritários. No caso dos EUA, esse investimento tem variado entre €300 mil e €500 mil por ano.Depois, há outros alvos como o Brasil, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Suíça eNoruega.Oorçamento para 2011 é de €1,6 milhões.
A estratégia varia de país para país, mas os objetivos são sempre os mesmos: reforço da notoriedade dos vinhos verdes, expansão das vendas e aumento do preço médio por garrafa.
Em Portugal, onde o vinho verde tem uma quota de mercado de 20%, o principal desígnio é inverter a quebra no consumo e trabalhar a imagem do verde tinto, que tem ainda exportações residuais.
Uma das novidades no plano de ação da CVRVV é a parceria com a região espanhola de Toro, "uma zona de vinhos tintos, com muito corpo e muito álcool, que combina bem com os vinhos verdes porque não são concorrentes", explica Manuel Pinheiro.
Esta aliança, que permite trabalhar verbas transfronteiriças num programa comum, vai unir o Minho a uma região espanhola palco de uma batalha ibérica em 1476, quando D. Afonso V tentou defender o direito da sua sobrinha Joana à coroa de Castela, assegurando a união dos dois reinos sob domínio português. Passados 534 anos, Manuel Pinheiro assume que a Região dos Vinhos Verdes "pode beneficiar claramente da associação a Espanha".
Fonte: Exame Expresso
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