Quando Jancis Robinson, crítica de vinhos do jornal "Financial Times", elegeu um verde tinto - o Afros Vinhão 2009 - como uma das suas escolhas para o verão de 2010, a Região dos Vinhos Verdes estranhou.
Habituado a ver o consumo de vinho verde tinto limitado às fronteiras regionais, o Minho não esperava ter umdos seus incluído numa seleção mundial.
No entanto, Vasco Croft, produtor do vinho distinguido, acredita que o potencial exportador dos vinhos tintos da Quinta Casal do Paço Padreiro, em Arcos de Valdevez, pode ser idêntico ao dos brancos.
"Os nossos vinhos são mais valorizados no estrangeiro", comenta o arquiteto, em fase de mudança de Lisboa para o Minho, onde decidiu dedicar-se à produção biodinâmica na quinta da família e criar a marca Afros, já a pensar na internacionalização.
Aliás, viu também um dos seus verdes brancos integrar a lista dos dez melhores vinhos étnicos do mundo do jornal britânico "The Independent".
No seu projeto, iniciado em 2003, as exportações são prioritárias e garantem 85% das vendas, levando a jovem marca Afros a 11mercados, de Inglaterra aos Estados Unidos e Japão. "É um circuito fora do mercado da saudade", refere.
A produção começou no Casal do Paço, uma quinta do século XVII com 20 hectares, seis dos quais dedicados à vinha, com vista para o rio Lima. Mas Vasco Croft rapidamente percebeu que precisava de mais uvas para vinificar e dar dimensão ao projeto. Comprou uma quinta com oito hectares de vinha na vizinhança, em Refoios, e alugou mais seis hectares.
Para isso, investiu €1 milhão, valor que vai duplicar a curto prazo com a construção da adega e a aquisição de equipamentos. Em carteira tem, também, o projeto de um bar para provas, em Refoios.
Só trabalha com vinhas próprias porque em 2006 decidiu começar com ométodo biodinâmico, "um modo de produção agrícola que assenta numa base holística, considera as constelações solares, segue o calendário lunar e tenta fazer de cada exploração uma unidade independente", explica. Para isso, recorre a práticas de agricultura sustentável que, segundo Vasco Croft, consideram a totalidade do ecossistema, das vinhas aos insetos, animais, flora e tipo de solo, de modo a minimizar pragas e doenças.
"Não é apenas uma questão ecológica. Esta opção também visa fazer vinhos de qualidade porque nos permite ter a natureza a funcionar a favor dos vinhos, de forma natural e isso leva os sabores e os aromas a outra dimensão", diz o produtor.
A quinta, em fase de certificação biodinâmica, produziu na última vindima 35 mil garrafas de vinho e espumante das castas Loureiro e Vinhão, todas com denominação de origem vinho verde. "Neste momento, ainda temos muita vinha que não está a produzir", refere Vasco Croft.
Em 2013, quer vender 120 mil garrafas e continuar a ter a sua principal base comercial no estrangeiro, porque "o mercado nacional está muito saturado de vinho" e lá fora há um número crescente de consumidores recetivos à oferta biodinâmica.
Em volume, as vendas deverão passar dos atuais €110 mil para €400 mil.
Neto de José Vaz Guedes, fundador da Somague, acredita ter na Ásia um dos destinos-alvo dos seus vinhos. Há duas semanas, deu mais um passo nesse sentido: um importador de Singapura, que visitou a quinta no âmbito da primeira conferência internacional da ViniPortugal, garantiu novas encomendas no eixo asiático.
Fonte: Exame Expresso / Margarida Cardoso
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