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Abandono das vinhas e fraca adesão ao regime de reestruturação são problemas da região do Dão
O «abandono grande» das vinhas e a «dificuldade na adesão» dos viticultores ao regime de apoio à reestruturação das vinhas foram problemas apontados hoje pela presidente do Instituto da Vinha e do Vinho à região do Dão.

Edite Azenha interveio no "Dão Primores", uma iniciativa pioneira organizada pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão que, durante o dia de ontem, deu a conhecer, em primeira mão, os vinhos da colheita de 2010 a potenciais clientes e líderes de opinião do sector.

A responsável apelou a uma «maior dinâmica» dos produtores do Dão no recurso ao regime de apoio à reestruturação das vinhas, mostrando-se optimista de que esta será «uma região com um futuro promissor».

Aludindo à última colheita, Edite Azenha considerou que «2010 foi, de facto, um ano que correu bastante bem ao sector» e avançou que, apesar de alguns receios, no primeiro trimestre deste ano manteve-se um «crescimento positivo» das exportações.

O presidente da CVR Dão, Arlindo Cunha, mostrou-se convicto de que, apesar dos problemas do sector, a região conseguirá ultrapassar a crise. «Tem nome no mercado, tem hipótese de aumentar a sua mais-valia e, portanto, é uma fileira da economia da região muito tradicional e muito importante e que nós queremos preservar, reforçar a sua imagem e o seu valor de mercado. E isso também se faz com actos promocionais como este», sublinhou.

No "Dão Primores", cerca de 40 produtores estão a dar a conhecer os seus vinhos, muitos deles ainda antes de chegarem ao mercado, quer aos clientes, como garrafeiras, restaurantes e superfícies comerciais, quer à imprensa especializada.

Segundo Arlindo Cunha, alguns vinhos brancos e rosés já estão engarrafados, mas a maioria dos tintos ainda necessita de tempo de estágio antes de isso acontecer. «Aqui vieram vinhos da amostra das cubas. É uma forma de os produtores também apresentarem aos seus compradores o vinho desta última vindima», explicou, avançando que a iniciativa é para continuar e, se possível, com cariz internacional. Os enólogos são unânimes em considerar que 2010 é um ano de «grandes vinhos» para o Dão.

João Paulo Gouveia explicou como o clima influenciou a colheita, nomeadamente na recta final, em que o muito calor da segunda quinzena de Julho levou a um «stress hídrico moderado», que fez com que as vindimas trabalhassem em «condições mais ou menos óptimas para que tivessem vinhos de qualidade».

Já o enólogo Manuel Vieira optou por recolher opiniões de produtores das várias sub-regiões do Dão sobre a colheita de 2010. «Equilíbrio e frescura dos vinhos», «brancos excepcionais», «melhores brancos dos últimos anos», «vinhos equilibrados», «qualidade e regularidade» foram algumas das considerações feitas.

 

Fonte: Confagri /Lusa