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Espanhóis plantam vinhas em Trás-os-Montes
A cidade de Miranda do Douro acolheu, no passado sábado, o Capítulo de Primavera da Confraria do Vinhos Trasmontanos (CVT). As cerimónias, que decorreram com pompa e circunstância, serviram para entronizar novos confrades, aumentando o número de elementos.

Os novos confrades são pessoas de profissões diversas, desde empresários, magistrados, advogados, economistas, padres, entre outros sectores de actividade.


A CVT foi criada em Agosto de 2009, tem a sua sede em Valpaços, mas dedica-se à promoção e divulgação dos vinhos transmontanos e dos produtos regionais e, ao mesmo tempo, a manifestações culturais e artísticas.

Segundo o Grão-Mestre, Telmo Moreira, o Capítulo de Primavera realizado em Miranda do Douro representa o encerramento de um ciclo que se iniciou em outra localidades transmontanas, nomeadamente em Montalegre e Chaves.


A escolha de Miranda do Douro para a realização do Capítulo de Primavera é entendida pelos responsáveis da CVT como "o encerrar de um ciclo" e, ao mesmo tempo, um apelo à união para que se possa trabalhar em conjunto.


A CVT quer afirmar-se a nível nacional e internacional como embaixadora da cultura vitivinícola da região de Trás-os-Montes.


O Capítulo de Outono será realizado em Paris (França), onde os membros da confraria serão recebidos pelo embaixador português, Seixas da Costa.


Região transmontana deve continuar a apostar na qualidade dos vinhos e produzir em mais quantidade para ganhar escala nos mercados
"Estamos convencidos que com as nossas acções vamos ajudar a inverter a tendência da desertificação da região. Estamos cientes que teremos muito trabalho pela nossa frente", afirmou o Grão-mestre da CVT.


Relativamente à promoção da cultura vitivinícola na região transmontana, Telmo Moreira considera que é um erro pensar que só a região do Douro tem potencial vitivinícola. " Há bons vinhos que se distinguem na região vitivinícola de Trás-os Montes. Para já não há elementos de produção disponíveis, já que só desde do início do ano passou a ser obrigatório o registo das unidades de produção", acrescenta o responsável.


Na óptica do Grão-mestre da CVT, o vinho transmontano tem-se vindo a "afirmar" e está a atingir níveis de qualidade "ímpares".

Neste momento há produtores/engarrafadores de vinhos que estão a procurar a região para a instalação de novos projetos vitivinícolas. "Os nossos vizinhos espanhóis estão a apostar na região transmontana para instalar novas vinhas. Há cada vez mais apostas para melhora a qualidade dos vinhos transmontanas", afiançou o vitivinicultor.


Para conquistar os mercados interno e externo, Telmo Moreira defende que deve haver uma maior aposta na produção em quantidade e em qualidade dos vinhos.


No contexto trasmontano, o concelho de Valpaços e encostas do Rabaçal continuam a liderar ao nível da produção de vinhos. A estas zonas juntam-se o concelho de Chaves e a região do Planalto Mirandês.

A Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (uma espécie de região demarcada) está dividida em três zonas, nomeadamente as sub-regiões de Miranda, Chaves e Valpaços.

 

Fonte: Jornal Nordeste /Francisco Pinto