O ano não está a ser fácil para os vitivinicultores da mais antiga região demarcada do mundo. Tal como em todo o país, o Douro registou o mês de Maio mais quente desde 1931. Às elevadas temperaturas juntou-se a precipitação, com a ocorrência de trovoadas, criando as condições propícias para ataques do míldio, a que se segue agora o oídio.
O míldio da videira é um fungo que pode infectar todos os órgãos verdes da planta, folhas, cachos e pâmpanos. O ataque do oídio provoca a paragem do crescimento da pele dos bagos, que acabam por rendilhar, deixando as grainhas a descoberto.
Fernando Alves, director executivo da Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), disse à agência Lusa que, na última década, 2011 «é um dos anos mais preocupantes de pressão de míldio».
Os ataques de míldio fizeram-se sentir com mais intensidade nas zonas do Baixo Corgo, mas estendeu-se ainda a algumas vinhas do Cima Corgo e Douro Superior, obrigando a um maior número de tratamentos. Alguns vitivinicultores queixam-se ainda de quebras de produção que podem rondar entre os «30 e os 50 cento».
É o caso de Abraão Santos que disse à Lusa que já perdeu «30 por cento» da sua produção nos seus três hectares de vinha, instalada em Alvações do Corgo, concelho de Santa Marta de Penaguião, por causa do míldio.
Referiu ainda que este ano já teve que fazer seis tratamentos à vinha, quando num ano normal faz apenas dois ou três, e prevê fazer mais dois até Agosto. «Em cada tratamento, gasto entre 300 a 350 euros, entre fito fármacos e mão-de-obra. Depois de tudo era só o que nos faltava», salientou.
O depois de tudo de que fala Abraão Santos é a venda das uvas da vindima anterior «sem preço» e as dificuldades em escoar o vinho.
Francisco Ferreira, da Quinta do Vallado, junto ao Peso da Régua, disse que este ano não deixa margem para «descuidos» por causa da «pressão brutal» de míldio, que já obrigou a «cinco tratamentos, quando a normal são três a quatro, por ano».
«Só quem teve muito atento e a tratar sempre muito certo é que não irá ter muitos problemas», salientou. Referiu ainda que os tratamentos efectuados conseguiram impedir o ataque da doença e, feitas as contas, disse que está a gastar cerca de «130 euros» por hectare, entre produtos e mão-de-obra.
As atenções dos vitivinicultores do Douro viram-se agora para o oídio, mais grave porque poderá ter implicações directas na qualidade do vinho.
A ADVID e a Estação de Avisos do Douro, do Ministério da Agricultura, emitem circulares logo que se verifica um episódio relevante para a actividade vitivinícola, procurando reagir "tão cedo quanto possível" de forma a proteger a vinha e o vinho duriense.
Fonte: Confagri / Lusa
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