Em 2010, o Douro vinhateiro produziu 263 mil pipas de vinho, das quais 140 mil foram de Vinho do Porto. A exportação rondou as 115 mil pipas, que corresponde a 315 milhões de euros. E o mercado nacional rendeu 56 milhões. Contas feitas, a produção de vinhos representa 98 por cento do rendimento da região demarcada. São 45 mil hectares de vinha, dos quais 36 mil licenciados para produzir vinhos do Douro, Porto, Rosé, Moscatel e vinhos durienses correntes.
Segundo o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), Luciano Vilhena Pereira, a actual crise económica poderá afectar ligeiramente o volume de vendas. "Mas a nível da exportação não parece haver problemas. Estamos até a conquistar novos mercados", frisa.
Actualmente, França, Holanda, Bélgica e Reino Unido são os melhores clientes dos vinhos do Douro. O Vinho do Porto é também muito apreciado nos Estados Unidos, Brasil, África do Sul e, mais recentemente, na Ásia. "O único perigo são as tentativas de imitação do Vinho do Porto. Alguns já arriscaram mas não conseguiram", refere Vilhena Pereira. "Vamos lá ver se os chineses também vão tentar", ironiza.
O que faz do Vinho do Porto único e inimitável são as suas características: é encorpado, generoso, de paladar macio e aroma inconfundível. É uma bebida com classe, que conta a história do Douro desde o final do século XVII.
Depois do Vinho do Porto, o Douro Vinhateiro cultivou dezenas de castas de vinhos de mesa, que conquistaram também Portugal e o Mundo.
A fama dos vinhos do Douro e em particular do Vinho do Porto foi o motor da promoção turística da região. Desde 2001 que o Douro Vinhateiro é Património Mundial, um titulo atribuído pela UNESCO. A paisagem cultural no vale do rio Douro, esculpido de vinhas em encostas íngremes, são o postal da região. Nos últimos anos, os empresários apostaram também no rio, com cruzeiros que levam os turistas até ao Peso da Régua, Pinhão e Barca D'Alva. As viagens incluem visitas às caves de Vinho do Porto e quintas de cultivo.
DISCURSO DIRECTO
"É O NOSSO PATRIMÓNIO", Luciano Vilhena Pereira, Instituto dos Vinhos do Douro
CM - O Douro Vinhateiro ser Património Mundial fez aumentar as exportações?
Vilhena Pereira - Bastante, sobretudo os vinhos de mesa, porque o Vinho do Porto já tem séculos de notoriedade mundial. Antes de ser Património da Humanidade, o Douro é o nosso melhor património.
- Como trabalham o futuro?
- Estamos a realizar vários estudos de perfis dos solos com a abertura de 1500 buracos. É um trabalho em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
- E como defendem a marca?
- Com muita fiscalização, para travar a saída das castas da região.
PRESERVAR O PASSADO COM OS NOSSOS VINHOS
Fernando Morgado, engenheiro agrário, transmontano de origem e coração, é um dos mais novos vitivinicultores da Região Demarcada do Douro. Criou a marca Quinta de Fiães, com cultivo em Vilar de Maçada, Alijó. O vinho branco Quinta de Fiães é o ex-líbris e está inscrito no ranking dos cem melhores vinhos portugueses. Lançou-se no mercado em 1998 e já conquistou vários mercados internacionais.
Habituado à tradição, a família Morgado faz questão de ainda pisar as uvas em tanques, mas apenas por diversão, porque as tecnologias fazem o trabalho maior.
Preservar o passado na construção do futuro é o lema dos Morgado, que estão já a apostar no agro-turismo, com a construção de espaços onde os turistas podem participar no cultivo e também no processo da vindima. "Este ano vamos ter um boa colheita. Não houve infestações graves e o tempo tem estado favorável ao desenvolvimento da uva", explicou ao Correio da Manhã Fernando Morgado.
Os apreciadores de vinhos do Douro definem os Quinta de Fiães como um vinho macio, leve, que se bebe devagar e com prazer. Apesar de ser um maduro, os Morgado gostam de o servir bem frio.
Fonte: Correio da Manhã / Manuela Teixeira
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