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Sogrape aposta no Alentejo, onde quer ter o mesmo sucesso que noutras regiões vitivinícolas
O "maior produtor" vinícola português, a Sogrape Vinhos, está a "apostar" na produção no Alentejo, onde quer atingir a mesma posição que tem noutras regiões vitivinícolas, como as do Douro, Dão e dos vinhos verdes.

"Sendo o Alentejo a região portuguesa preferida dos consumidores, com mais de 40 por cento de cota de mercado e um perfil de vinhos com bastante aceitação pelo consumidor, a Sogrape tem uma política de aposta clara na região", para, "no futuro, atingir a mesma posição que tem atualmente noutras regiões", disse à Agência Lusa o diretor e coordenador de viticultura e enologia da empresa, Miguel Pessanha.

Atualmente, a Sogrape Vinhos tem uma posição no Alentejo que "não é muito grande", mas quer estar nesta região vitivinícola "com a mesma força que está noutras regiões", disse o também enólogo, referindo tratar-se de "um projeto a médio-longo prazo".

A "aposta clara" da Sogrape no Alentejo está a ser feita através da produção de vinhos na Herdade do Peso, concelho da Vidigueira, no distrito de Beja, onde a empresa, em 1997, quando a adquiriu, tinha "apenas 42 hectares de vinha" e atualmente já tem 160 hectares, sendo 152 de uvas tintas e oito de brancas.

"Tem havido uma aposta clara" na plantação de vinhas e na produção de vinhos na Herdade do Peso, disse, frisando que "é natural" que a Sogrape, "a maior produtora de vinhos portuguesa", "queira estar presente" no Alentejo, por ser uma região vitivinícola "incontornável em Portugal" e pela cota de mercado que tem.

A aposta no Alentejo justifica-se ainda pela "excelente qualidade dos vinhos produzidos" na região e que "se aproximam mais do perfil de vinhos do novo mundo", ou seja, de países como Austrália, Chile, Estados Unidos da América e Argentina, e são "adequados ao consumidor atual e ao consumidor jovem, que é o futuro do consumo mundial".

No Alentejo, a Sogrape produz o Vinho do Monte, tinto e branco, para "entrada de gama e consumo diário", e três variedades da gama Herdade do Peso, ou seja, Colheita, Reserva e o Ícone, o mais recente, lançado no mercado em maio.

Metade da produção é comercializada no mercado nacional e a outra metade é exportada, sobretudo para Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Angola e países nórdicos.

Segundo o enólogo, o Colheita é "um vinho de alta qualidade só produzido em anos de boa qualidade", o Reserva e o ícone são vinhos de "excecional qualidade" só produzidos "em anos excecionais", sendo que o último tem "um grande potencial de guarda", ou seja, após engarrafado pode durar "para cima de dez anos".

Atualmente, a herdade tem a área de vinha "adequada" para as vendas e só cerca de 70 dos 160 hectares são usados para produzir os vinhos da gama Herdade do Peso, que têm de ser produzidos com uvas da herdade, sendo os restantes para produzir Vinho do Monte.

"Obviamente que queremos crescer e vamos sobretudo crescer em aquisição de uvas" a outros produtores, que "vamos vinificar" para produzir Vinho do Monte, disse, frisando que "cresce-se mais rapidamente nas gamas de pronta entrada".

Segundo o enólogo, "se for necessário", a Sogrape poderá plantar mais vinha, já que a herdade tem "potencial" para "quase dobrar" a área de produção atual, o que será equacionado à medida que as vendas forem aumentando.

 

Fonte: Lusa