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Dão deve evoluir para região demarcada sustentável
A consultora Deloitte-Portugal desafiou a Comissão Regional Vitivinícola do Dão (CVRD) a analisar a evolução para o conceito de Região Demarcada Sustentável do ponto de vista ambiental para reforçar a sua competitividade.

A ideia foi lançada no âmbito da divulgação do estudo com as perspetivas para o setor vinícola ('Wine Outlook') no primeiro semestre deste ano, trabalhadas a partir de um inquérito alargado às empresas a operar nesta área no final de 2010.


Ana Martins, que apresentou o trabalho no Solar do Dão, sede da CVRD, em Viseu, com Pedro Rosa, apontou como mais valia de uma Região Demarcada Sustentável do ponto de vista ambiental a resposta a uma cada vez maior exigência de mercados importantes para os vinhos portugueses, como sejam os países nórdicos.


E deu o exemplo da região vitivinícola norte-americana da Califórnia, onde produtores e autoridades locais se uniram, a partir de 2001, para erguer uma área de produção ambientalmente sustentável.


Esta possibilidade permite, entre outras mais valias, uma nova imagem de responsabilidade ambiental e modernidade, onde os produtores locais reforçam a competitividade com a exibição de um certificado e um selo para o produto.


Ana Martins apontou ainda a existência de passos intermédios, como a criação de mecanismos que permitam à região do Dão evoluir, por exemplo, na sustentabilidade energética ou na chamada 'pegada de carbono', que indica a preocupação local com a emissão de gases com efeito de estufa.


O presidente da CVRD, Arlindo Cunha, considerou a ideia da região sustentável como "muito interessante", sublinhando a possibilidade de esta ser erguida em diversas formas possíveis, admitindo ainda que se trata de uma mensagem produtiva.


No mercado internacional, os vinhos portugueses estão a sofrer uma concorrência forte dos chamados vinhos oriundos do novo mundo, de países como EUA, Austrália, Nova Zelândia ou Chile.


Do exposto por Pedro Rosa, os produtores e as empresas do setor vinícola sofrem uma crescente concorrência num mercado interno já saturado, mas que é sentida também fora de portas, onde só uma estratégia promocional eficaz poderá ultrapassar os constrangimentos dessa maior concorrência.


Outro indicador que alerta os produtores portugueses é a crescente especialização do consumidor, que na última década mudou totalmente de perfil, com mais informação disponível, mais atento à relação qualidade/preço e com um consumo centrado em casa e não na restauração.


Ficou ainda a recomendação para a necessidade de valorização das castas portuguesas como forma de encurtar caminho no esforço de promoção no exterior.

 

Fonte: Lusa