O estudo é de Paulo Ramos, docente daquela universidade, e intitula-se "As diferenças na perceção dos atributos do vinho: um estudo comparativo entre consumidores, produtores e intermediários" e acaba de ser distinguido pela Organização Internacional do Vinho e da Vinha - OIV, cujo 34.º congresso decorreu de 20 a 27 de Junho, no Porto.
Com base nos resultados da sua investigação, Paulo Ramos disse à Agência Lusa que "o setor dos vinhos está pouco orientado para o mercado, confiando demasiado nos intermediários" e nos respetivos conhecimentos, de natureza essencialmente empírica.
"Os intermediários conhecem mal o mercado", acrescenta, referindo que as suas conclusões dizem respeito à "generalidade" deste setor, "na maior parte constituído por pequenas e médias empresas".
Paulo Ramos explica que quis "ajudar os produtores e intermediários de vinho a perceberem como estão distantes da perspetiva dos consumidores do seu próprio mercado nacional".
Para o seu estudo, o investigador diz que inquiriu 594 consumidores sobre "a importância de diferentes atributos (numa escala de 1 a 9) para escolha de um vinho numa ocasião normal de compra para auto-consumo".
Depois, perguntou a produtores (143) e a intermediários (77) "o que achavam que os consumidores portugueses mais valorizavam" entre 25 atributos, quando compravam vinho nessas circunstâncias.
"Verifica-se que produtores e intermediários estão mais próximos entre si, mas ambos estão mais distantes da perspetiva dos consumidores. Apenas existe convergência entre os três grupos no atributo acidez", realça Paulo Ramos.
Segundo acrescenta, "os consumidores e os intermediários só convergem na importância dada ao aroma".
Produtores e intermediários divergem de um modo significativo só no que diz respeito à importância que ambos dão à região e ao aroma.
Paulo Ramos deu depois um passo em frente no seu estudo e concluiu que "a região e o preço são sempre os atributos com as médias superiores".
"Estes resultados mostram alguns dos preconceitos entre os produtores e os intermediários no que diz respeito à sua perceção sobre o que os consumidores mais valorizam quando compram vinho", aponta.
Os mais flagrantes são na "publicidade, referências na imprensa e na embalagem".
O investigador deixa um conselho: "Os produtores e os intermediários têm de investir claramente mais em estudos de mercado sobre as preferências dos consumidores".
Paulo Ramos fez este estudo durante "cerca de dois anos", no âmbito da sua tese de doutoramento e sob orientação dos professores Francisco Vitorino Martins e Hortênsia Barandas, da Faculdade de Economia do Porto.
Fonte: Lusa
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