Os Serviços Agrários de São Miguel recuperaram a Terrantez do Pico, uma casta branca rara só existente nesta ilha dos Açores. O projecto, apresentado no restaurante Manifesto, em Lisboa, pela técnica dos Serviços de Desenvolvimento Agrário de São Miguel, Susana Mestre, com o apoio do Professor Antero Martins e do enólogo António Maçanita, deu origem a 570 garrafas que serão vendidas apenas na restauração e em algumas garrafeiras seleccionadas.

No Pico foram encontradas apenas 89 cepas de Terrantez do Pico, clonadas e trazidas para o campo experimental dos Serviços de desenvolvimento Agrário, na ilha de São Miguel, sendo o vinho o resultado final deste estudo.

«Esta casta só existe no Pico e por isso tivemos de fazer uma prospecção exaustiva na ilha, de curral em curral. Cada vez que encontrávamos uma cepa, era uma alegria!» revela a técnica «Este projecto é muito importante pois vai permitir a conservação da casta.

Embora seja sensível a várias doenças, e por isso mal amada pelos viticultores que a foram largando, acredito que trabalhada a nível individual consegue melhores resultados», remata.

António Maçanita, concorda com Susana Mestre e acrescenta: «Estamos perante um património que interessava defender, a casta tem potencial para não desaparecer».

O resultado é um vinho original, com notas de fruta de polpa branca e minerais, com mediana estrutura de boca, fresco e elegante.

Durante o jantar o vinho foi servido a diferentes temperaturas, harmonizado com produtos açorianos trazidos pela Escola de Formação Turística e Hoteleira dos Açores e confeccionado pelo chef Luís Baena.

Fonte: http://www.mariajoaodealmeida.com / Maria João de Almeida