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Projeto "Vale do Varosa" inclui livros infantis e vinho
O projeto "Vale do Varosa", que visa a recuperação de três monumentos históricos de Tarouca e Lamego, inclui o lançamento de três livros infantis e de um vinho, produzido a partir de castas históricas do Douro.

Promovido pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), o "Vale do Varosa" vai intervir nos mosteiros de São João de Tarouca, Santa Maria de Salzedas e no Convento de Santo António de Ferreirim, num investimento de 3.1 milhões de euros.

O coordenador do projeto, Luís Sebastian, disse hoje à Agência Lusa que a iniciativa inclui a edição de três livros infantis.

Com ilustrações comum de Elsa Lé, cada monumento terá, no entanto, direito a uma história diferente.

José Jorge Letria irá criar o enredo para Santa Maria de Salzedas, enquanto que João Pedro Mésseder foi o escolhido para São João de Tarouca e João Manuel Ribeiro para o Convento de Santo António de Ferreirim.

Os escritores vão criar personagens que se tornarão ícones infantis dos imóveis e a partir dos quais será produzido todo o "merchandising" infantil. A edição dos livros será feita em parceria com a editora Trinta por uma Linha, do Porto, que é dirigida pelo escritor João Manuel Ribeiro.

Luis Sebastian prevê que a primeira obra seja lançada no dia de abertura ao público do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas. O segundo, acrescentou, deverá sair até ao final do ano, juntamente com o início das obras de musealização das ruínas arqueológicas do Mosteiro de São João de Tarouca.

Depois, no início de 2012, será apresentado o terceiro e último livro, na mesma altura em que se devem iniciar as obras no Convento de Santo António de Ferreirim.

O responsável referiu que, como série editorial infantil, esta é uma "iniciativa inédita". Posteriormente poderão ser feitos mais volumes, subordinados a novos imóveis ou mais aventuras para as personagens agora criadas.

O projeto "Vale do Varosa" inclui ainda um vinho produzido a partir de castas originais da mais antiga região demarcada do mundo.

"O vinho é importantíssimo, uma vez que estamos ligados ao Douro e que a Ordem de Cister contribui tanto para o desenvolvimento agrícola e vitivinícola deste território", salientou.

Luís Sebastian referiu que o mosteiro de São João de Tarouca foi a primeira construção da Ordem de Cister em território nacional. Também Salzedas foi construído por esta ordem.

Rui Fernandes escrevia em 1531-1532 que, na primeira metade do século XVI, a produção de vinho no Douro era "abundante e variada". As castas de uvas referenciadas por Rui Fernandes eram: bastardo, trincadente, agudelho, Alvaro de Sousa (ou malvasia), catelão, lourelo, verdelho preto, verdelho branco, donzelinho, terrantês, abelhal, burral, samarrinho tinto, ferral, ceitão e mourisco.

Agora, segundo Luís Sebastian, está-se a tentar "recuperar algumas dessas castas originais, que já eram utilizadas pelos mosteiros, para produzir vinho". Vinho esse que se pretende que seja feito em quintas vinhateiras que já na origem pertenciam também aos mosteiros cistercienses.

 

Fonte: Lusa