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"A China é uma coisa evidente para quem quer exportar"
Quinta do Vallado decidiu fazer uma aposta de longo prazo na China. Companhia de vinhos do Douro já exporta 40% da produção

No seguimento de uma visita de um grupo de jornalistas do Oriente a Portugal em 2009, a convite dos "Douro Boys" - grupo de cinco produtores que visa a promoção dos vinhos do Douro do qual faz parte -, a Quinta do Vallado decidiu "consolidar os contactos" então estabelecidos, para "tentar capitalizar essa iniciativa". Foi assim, explica João Álvares Ribeiro, director executivo da companhia vitivinícola, que começou a aventura da marca no Império do Meio.

Com 40 mil garrafas vendidas, a China não é o maior mercado de exportação da companhia - lugares actualmente ocupados pelos EUA e Brasil, que, cada, "correspondem aproximadamente a 15,5% do total das exportações". O mercado, reconhece Álvares Ribeiro, tem as suas dificuldades próprias, como "o idioma, a distância e a inexistência de um mercado de vinhos estabelecido". Estes são "pontos que se apresentam como obstáculos e que nos cabe superar", afirma, acrescentando: "a forma de ultrapassar estes pontos é deslocarmo-nos até lá, é estar presente localmente sempre que se justifica".

A dimensão do mercado justifica assim uma aposta, que é "para continuar", apesar do "muito trabalho que há a fazer", reconhece o administrador: "ir para a China é uma coisa evidente para quem quiser exportar", sublinha.

Num "mundo que está completamente imprevisível", Álvares Ribeiro, que durante 25 anos esteve na área da banca de investimento, vê ainda "algumas certezas", como o "crescimento fortíssimo" do Brasil, mercado prioritário para a companhia de vinhos do Douro. A Quinta do Vallado tem conseguido, também, defende, "resultados muito bons" em alguns países da Europa, como a Polónia e o Reino Unido. E não esquece Portugal: "crescemos 40% no mercado interno" em 2010. Este ano, "aumentámos os preços em 4%, algo que a companhia não fazia há "três ou quatro anos", argumenta. Mas, ainda assim, a previsão anual de facturação que, em Março passado, Álvares Ribeiro contabilizava em 2,5 milhões de euros - em linha com o vendido em 2010 e visto como "um bom resultado" - já foi revista. "As expectativas, neste momento, são de aumentar para aproximadamente 2,8 milhões de euros", o que representa um crescimento anual acima de 10%.

Na exportação, a evolução deverá ser mais significativa, na ordem dos 23% em valor, para 950 mil euros e de 42,8% em volume, para 200 mil garrafas vendidas. Além da produção de vinhos, a Quinta do Vallado é hoje símbolo de enoturismo, com um projecto hoteleiro (recuperação e ampliação da quinta setecentista) no valor de 1,5 milhões de euros.

A companhia emprega 35 pessoas permanentemente.

 

Fonte: Negocios online