Ultrapassados estão os tempos em que a Romaria de Nossa Senhora dos Remédios a 08 de setembro, em Lamego, dava o arranque às vindimas no Douro.
Agora o corte das uvas na mais antiga região demarcada do mundo é ditado por rigorosos controlos de maturação que indicam que estas estão praticamente prontas, principalmente nas zonas do Baixo e Cima Corgo.
A Real Companhia Velha (RCV) iniciou quinta-feira a vindima das castas brancas e a meio da próxima semana começa a cortar as tintas, nas vinhas localizadas junto ao rio Douro.
"Em relação àquilo que é habitual, está a haver uma antecipação de cerca de 10 a 15 dias. O que é normal é começarmos em finais de agosto início de setembro com as uvas brancas", afirmou hoje à Agência Lusa Rui Soares, da RCV.
Normalmente a vindima nesta empresa prolonga-se durante um mês e meio. São cerca de 730 hectares em exploração, espalhados por seis quintas.
Fernando Alves, da Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), explicou que esta antecipação se deve a uma mistura de dois fatores.
Primeiro, as três vagas de calor que se verificaram na região entre os meses de abril e maio e que aceleraram o ciclo vegetativo da videira. Depois, o abaixamento das temperaturas entre julho e os primeiros quinze dias de agosto que permitiram que "as plantas tivessem trabalhado de forma mais rápida e constante".
Rui Soares considera que este ano "está a ser fora do normal". "Não foi um verão tão quente como costuma ser e as plantas não sofreram tanto como é habitual. A vinha está numa situação de conforto", salientou.
O responsável admite "expetativas altas" quanto à qualidade dos vinhos.
Porém, a quantidade nesta vindima vai sofrer uma quebra significativa. Segundo as estimativas da ADVID, a expetativa de colheita para este ano é de cerca de 240 mil pipas, num intervalo de previsão entre as 218 e as 264 mil pipas.
As previsões apontam para uma quebra de cerca de "25 a 30 por cento" relativamente ao potencial de produção previsto para 2010, que rondava entre as 303 e as 366 mil pipas.
As estimativas divulgadas não incluem o último fim-de-semana de junho, em que o calor intenso provocou danos elevados em algumas castas durienses mais sensíveis. Por isso, Fernando Alves, considera que a produção se deverá aproximar mais do limite inferior.
Este foi também um ano em que a vinha foi muito afetada por doenças como o míldio, ódio e traça da uva, o que obrigou os viticultores a procederam a um número de tratamentos acima do que é normal neste território.
A vindima vai ficar ainda marcada pela quebra de benefício para a produção de vinho do Porto, uma medida muito contestada pelos lavradores durienses.
O conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) fixou em 85 mil o número de pipas a beneficiar, menos 25 mil do que no ano passado.
Em dez anos, o benefício, ou seja, a quantidade de mosto que pode ser transformado em vinho do Porto, foi reduzido em 45 por cento, das 145 mil pipas em 2001 para as 85 mil em 2011.
Fonte: Lusa
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