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Macau: Concurso "7 Maravilhas da Gastronomia" pode contribuir para aumentar exportações de Portugal para a Ásia
O concurso "7 Maravilhas da Gastronomia" é uma oportunidade para aumentar as exportações de Portugal para a Ásia, sobretudo de vinhos, defendem responsáveis ligados ao turismo em Macau, ao referirem a abertura e curiosidade daquele continente por novos paladares.

"O que se nota nos últimos anos, e principalmente em Macau e na China, é a abertura do país. E isso traz muita gente curiosa e com vontade de experimentar coisas novas, tanto ao nível dos vinhos como da culinária", disse à Agência Lusa o assistente de direção de alimentação e bebidas do hotel Four Seasons Macau, Ricardo Pina, ao notar que "o cliente chinês gosta de comer bem".

Por sua vez, António Coelho, chefe e proprietário do restaurante "O António", na vila da Taipa (Macau), constatou que o vinho "tem vindo a ganhar popularidade" entre os chineses que visitam Macau, e defendeu que é preciso exportar para outras paragens da Ásia, como "o Vietname, as Filipinas, a Tailândia ou a Coreia do Sul".

A Região pode ser "um centro de distribuição de vinho português" para o continente asiático, sublinhou, destacando ainda a possibilidade de entrada de vinhos até aqui desconhecidos no território onde persiste um legado português com quase 500 anos.

Para o proprietário do restaurante recomendado pelo guia Michelin, "serão dados a conhecer muitos vinhos, o que pode aguçar o apetite de muitos restaurantes em Macau".

Além da expansão da cultura vinícola, a transmissão televisiva da iniciativa "7 Maravilhas da Gastronomia" pode contribuir para diversificar os produtos portugueses entrados na Região, porque "nem todos chegam ainda", salientou.

"Estes programas, vistos noutros países, essencialmente através da RTP internacional, dão a conhecer determinados produtos que ainda não existem em Macau e que os importadores podem pensar em importar também", continuou António Coelho.

 A pedagogia vai até aos restaurantes espalhados pelo mundo, com o chefe a observar que o concurso pode levar os respetivos proprietários a "reporem alguns pratos esquecidos nas suas cartas".

"Nem toda a gente conhecerá a alheira de Mirandela, por exemplo. E mesmo o pastel de nata, que é bastante conhecido na Ásia, não será tão conhecido noutras regiões do mundo", justificou.

 O empresário português orgulha-se de ter quase todos os 21 pratos nomeados na carta de "O António", exceto o "xarém com conquilhas" e a "sopa da pedra", o primeiro por não o considerar uma das sete maravilhas gastronómicas portuguesas, e o segundo pelas dificuldades inerentes à distância dos continentes, mas, ainda assim, é confecionado a pedido.

A competição dos pratos típicos portugueses é tema de conversa nas mesas dos emigrantes, e às vezes coloca-lhes o desafio de uma receita antiga, como já aconteceu a Ricardo Pina.

O profissional do hotel Four Seasons em Macau, que já trabalhou em Portugal, na Jamaica e noutras regiões da Ásia, vê no concurso "uma boa oportunidade de marketing" e de afirmação da identidade gastronómica portuguesa, muitas vezes "injustamente confundida com a espanhola". 

A cerimónia da declaração oficial das "7 Maravilhas da Gastronomia" vai decorrer no dia 10 de setembro, em Santarém.

Na final do concurso estarão representadas 21 iguarias, de norte a sul e ilhas, depois de na primeira fase terem entrado em prova mais de 400 pratos.

Macau registou mais de 13 milhões de visitantes no primeiro semestre de 2011, mais de 90 por cento dos quais vindos da China Continental, Hong Kong e Taiwan.

 

Fonte: Lusa