A Feira do Vinho do Dão, organizada pelo Município de Nelas, realiza-se no primeiro fim-de-semana de Setembro e pretende afirmar as mais-valias de uma região demarcada, cuja actividade vitivinícola está historicamente documentada desde períodos que antecedem a própria afirmação da nacionalidade portuguesa.
"O vinho é a âncora deste evento, mas há muito mais para ver e conhecer. Este é um espaço de promoção da região, das suas potencialidades e, também, de dinamização da actividade comercial e empresarial", explica o vereador do Município de Nelas, Osvaldo Seixas.
Justa homenagem a quem produz o vinho do Dão e aos muitos que o apreciam, o certame recebeu milhares de visitantes em 2010.
Relativamente aos últimos seis anos, o autarca sublinha "um crescimento com passos curtos mas sustentados", em que se destacando o aumento do número de expositores como "um sinal de que a feira é reconhecida e apetecível".
Este ano, a organização espera obter idêntico resultado, contribuindo para promover a região e alavancar o sucesso de produtores, associações e empresas do sector que, nesta feira, têm um espaço privilegiado para divulgar a sua actividade, estabelecer contactos e conquistar novos clientes.
A Feira do Vinho do Dão surgiu com um carácter intermunicipal, prevendo-se que a organização fosse partilhada, de forma rotativa, por vários concelhos da região.
O Município de Nelas, localizado no centro deste território e onde estão sediados ou representados alguns dos maiores operadores vitivinícolas, foi o anfitrião da primeira edição mas, perante as dificuldades de algumas autarquias, acabou por assumir a dinamização do evento nos anos que se seguiram.
O certame acolhe vinhos de toda a região do Dão, desde que devidamente certificados e classificados, e tem como parceiros na organização a Comissão Vitivinícola Regional do Dão, a Confraria dos Enófilos do Dão e a Associação de Municípios Portugueses do Vinho.
Actividades para toda a família
Desde há três anos que a organização tem vindo a dedicar especial atenção a actividades de carácter formativo, versando, entre outras áreas, sobre os vinhos, a gastronomia e os produtos endógenos.
Este ano, para além das provas acompanhadas por escanções, os visitantes vão ter a oportunidade de participar em acções de degustação de queijo da Serra da Estrela, de mel e de chocolate. Chefe executivo do grupo Dão Sul, Diogo Rocha é o interveniente nas sessões de cozinha livre, outra interessante actividade que vai decorrer durante a Feira do Vinho.
A sessão solene de abertura da Feira do Vinho do Dão realiza-se hoje (sexta-feira), pelas 17h00, no auditório do Edifício Multiusos de Nelas, sendo procedida de uma homenagem a várias personalidade ligadas ao vinho, pela Confraria dos Enófilos do Dão.
O programa de animação da feira prolonga-se até ao próximo domingo e inclui tasquinhas, artesanato, várias provas desportivas, a realização de um passeio de carros clássicos e antigos, um encontro de fanfarras de bombeiros voluntários, uma maratona de bicicletas todo-o-terreno, espectáculos de folclore e actividades para os mais novos. Tuna Académica Infantuna Cidade de Viseu (dia 2), Fingertips (dia 3) e a fadista Dulce Guimarães (dia 4) são alguns dos artistas que vão passar pelo palco deste evento, que decorre nos próximos dias na praça do Município de Nelas.
Região demarcada há mais de um século
Apesar de não ser possível determinar, com exactidão, quando é que se iniciou a prática desta actividade, há uma "Carta de Lei" emitida em 18 de Setembro de 1908 que, formalmente, estabelece a Região Demarcada do Dão.
O regulamento para a produção e comercialização dos vinhos produzidos neste território surgiu em 1910 e fez do Dão a primeira região de produção de vinhos não licorosos a ser demarcada e regulamentada em Portugal.
Capaz de aguentar o passar dos anos, nobre, elegante e escolha acertada para acompanhar alguns cardápios elaborados são algumas das características enaltecidas por apreciadores de vinhos quando o tema de conversa são os "néctares" produzidos no Dão.
Merecedor, ao longo dos tempos, de variados prémios e distinções tanto em Portugal como no estrangeiro, há ainda quem aponte as semelhanças com os vinhos da prestigiada região francesa da Borgonha, não sendo despiciente o contributo de pequenos e grandes produtores para a afirmação crescente dos vinhos do Dão.
A realização de uma feira dedicada ao vinho do Dão é o exemplo concreto do dinamismo de uma região que, nos últimos anos, tem sabido tirar partido das mais recentes práticas vitícolas e de vinificação, com os produtores e empresas de distribuição a mostrarem espírito empreendedor de quem quer fazer mais e melhor.
A Região Demarcada do Dão tem quase 400 000 hectares de extensão. A vinha cultivada, em terreno de solos graníticos (Norte e Centro) e xistosos (Sul), ocupa cerca de 20 000 hectares, distribuídos por vários concelhos integrados nas sub regiões do Alva (Oliveira do Hospital e Tábua), Besteiros (Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela), Castendo (Penalva do Castelo e Sátão), Serra da Estrela (Gouveia e Seia), Silgueiros (Viseu), Terras de Azurara (Mangualde) e Senhorim (Carregal do Sal e Nelas).
Por ano, são produzidos cerca de 50 milhões de litros de vinho na região, com metade a ostentar a Denominação de Origem Controlada (DOC). As castas utilizadas são variadas mas têm um contributo determinante para a identidade dos vinhos do Dão a Touriga Nacional, Jaen, Alfrocheiro, Aragonês e Encruzado.
Fonte: Campeão das Províncias
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