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Vinho: Governo cria grupo de trabalho com autarquias do Douro
O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural anunciou hoje, no Porto, a criação de uma 'task force' para preparar "rapidamente" um documento com propostas para tentar resolver os problemas da produção de vinho no Douro.

Depois de um conjunto de reuniões com representantes de empresas do setor e autarquias da Região Demarcada do Douro, Daniel Campelo disse que ficou "acordada a constituição de uma 'task force', de uma equipa de trabalho, centrada na Comunidade Intermunicipal do Douro e que tem também alguns municípios que são de outras comunidades intermunicipais".


Campelo referiu que esta equipa vai trabalhar para, "com uma ligação muita próxima com o Governo, tentar rapidamente desenvolver um documento que possa suportar um conjunto de decisões, que vão no sentido da proteção da agricultura e do Douro, para que os agricultores possam ter esperança e para que o Douro possa reafirmar a sua grande fama e prestígio".


Recusou, por outro lado, a hipótese de indemnização aos produtores de vinho e remeteu para o mercado a definição de preços.


"Não é possível, porque não está em causa um direito à indemnização. Está em causa um processo que encaixa numa questão mundial. O vinho é um produto que a nível mundial tem excedentes e a nível nacional tem também excedentes que são bem conhecidos e, se não há possibilidade de venda, de exportação, não vale a pena produzir mais do que aquilo que somos capazes de vender", salientou.


Para Daniel Campelo, "o que é necessário é defender uma política agressiva de promoção, por exemplo, do Vinho do Porto, porque só é possível dar esperança ao aumento do benefício e de venda de vinho na região do Douro se formos capazes de exportar mais".


Disse ainda que "não é impossível dar resposta às reivindicações dos agricultores. Nós tentámos, e temos esperança de conseguir da parte do comércio pelo menos uma manutenção do preço e, se possível, um aumento do preço relativamente ao ano anterior. Esse é o grande desafio, mas não cabe ao Governo fixar preços, nem pode. O preço é fixado pelo mercado".


O secretário de Estado realçou, contudo, que "o Governo está solidário com o drama dos agricultores" e que quer dar uma "resposta estrutural" a este problema.


O presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro e da Câmara de Alijó, Artur Cascarejo, reconheceu a necessidade de aumentar a exportação, mas realçou que é preciso também "garantir a coesão social e económica do território".
Sem esta coesão, avançou, "obviamente, os problemas da região não serão resolvidos", explicando que não conhece "nenhuma região que consiga sobreviver e ser competitiva sem pessoas", frisou.


Centenas de vitivinicultores do Douro manifestaram-se quarta-feira no Peso da Régua, reclamando um aumento do preço do vinho pago ao produtor.

 

Fonte: Lusa / FZ.