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Produção de vinho cai 22%. Preços não sobem
As previsões para a campanha vitivinícola 2011/2012 não são muito animadoras, esperando-se, em ternos nacionais, uma diminuição de 17 a 22% face ao ano anterior. É, no entanto, um dado que pode beneficiar as exportações, por não haver oscilação de preços.

De acordo com as previsões de Agosto do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), estima-se que a produção de vinho na campanha 2011/2012 atinja um valor de 5,6 a 5,9 milhões de hectolitros, reflectindo uma diminuição de 17 a 22% face ao ano anterior.

A diminuição não é generalizada e há regiões que mantêm a mesma produção ou até aumentam. Mas, se para os produtores as notícias podem não ser boas, para quem comercializa alguma diminuição é até favorável, como explicou o presidente da ANCEVE- Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas.

"Para o viticultor, em termos sociais, a diminuição de produção é preocupante. Para venda, especialmente para exportação, até é bom, porque as regiões onde há quebra de produção têm stock de vinhos, que ganham com o seu estágio e não teremos que lidar com oscilações de preços, o que é fundamental para exportar, que é o nosso grande objectivo", disse Oscar Meireles.

A produção vitivinícola difere de região para região. Por exemplo, nos vinhos verdes, os produtores "estão satisfeitos com a produção, que mantém a quantidade do ano anterior e é de muito boa qualidade", adiantou ao JN/Dinheiro Vivo o presidente da Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes, Manuel Pinheiro, acrescentando que "a grande aposta é nas exportações que já no ano passado representaram 40 milhões de euros, uma subida de 16% face ao ano anterior, e que de alguma forma compensa as perdas a nível nacional".

Noutras regiões, o panorama para os produtores não é bom, como é o caso do Douro e Porto, com uma redução de 25%, ou das Beiras, menos 21%. Para a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), em termos gerais, "trata-se de más notícias não apenas para os produtores, tendo em conta que a quebra de produção não é acompanhada por um aumento de preço, e porque os custos dos factores de produção continuam a agravar-se, mas também para o país de uma forma geral".

"Para os produtores em concreto esta quebra representa mais um grave decréscimo dos seus rendimentos, contribuindo para colocar em causa a viabilidade económica das explorações e, consequentemente, a sustentabilidade do próprio sector", conclui João Machado, presidente da CAP.

 

Fonte: Dinheiro Vivo