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Cinema: Pipas e cheiro a vinho servem de cenário à projeção de filmes na Adega de Favaios
Pipas e o cheiro a vinho servem de cenário para a projeção de filmes na Adega de Favaios, em Alijó, parceira do Douro Film Harvest (DFH), onde o cinema se mistura por estes dias com as vindimas.

Durante o dia chegam à Adega de Favaios carrinhas carregadas com as uvas que estão a ser cortadas no planalto de Alijó, em plena região demarcada do Douro. Depois, à tarde, pelas 18:00, a cooperativa transforma-se numa sala de cinema com 60 lugares e as pipas servem de cenário para a projeção de filmes no âmbito da secção Wine&Food. 


"É a primeira vez que assisto a um filme numa adega. A primeira coisa que notei ao chegar aqui foi o cheiro a vinho. É uma experiência única", afirmou à Lusa Andreia Pires, que chegou ao Douro convidada pela cooperativa de Favaios.
Pedro Calheiros, de Sangalhos, não precisou de convite. Veio à região para a apresentação de um livro e aproveitou para ver quantos filmes pode no âmbito do DFH. Gostou da ideia de transformar a adega numa sala de cinema, onde aproveitou para provar o famoso moscatel.

No entanto lamentou a organização "confusa" e "dirigida aos VIP's" que acha que afasta o grande público.
"Ontem (terça-feira), assisti a três filmes. No primeiro estavam seis pessoas, no segundo oito e à noite éramos 11", salientou.


O filme escolhido para hoje foi o Corked, que trouxe ao Douro um olhar divertido e irónico sobre a produção de vinho no Norte da Califórnia e é uma das oito obras em concurso nesta secção, cujo vencedor é revelado no sábado.
Rui Marques, diretor financeiro da Adega de Favaios, salientou a união a um projeto que tem como principal objetivo "internacionalizar uma marca chamada Douro".

Esta projeção será também aproveitada para divulgar e promover o moscatel de Favaios, que lidera o mercado nacional deste vinho.


A produção da adega no ano passado foi de 12 mil pipas, prevendo-se uma quebra de 10 por cento nesta vindima muito por causa das condições climáticas que se fizeram.


Num Douro em crise, esta cooperativa paga em tranches aos seus 550 associados, faltando, neste momento, saldar cerca de metade dos 4,5 milhões de euros.

Esta edição do DFH dedicada ao Brasil termina no domingo. Antes será ainda homenageado Cacá Diegues, um dos líderes e fundadores do Cinema Novo na década de 50 que assinou êxitos de bilheteira como Tieta do Agreste, Joanna Francesa, Xica da Silva.

Esta terceira edição do evento decorre em Alijó, Pinhão, Favaios, Penedono, Vidago, Vila Nova de Gaia e Porto.
Organizado pela Turismo do Douro, é presidido por Manuel Vaz, tem direção artística do produtor e realizador Ivan Dias, e conta com o apoio do Turismo de Portugal.

Fonte: Lusa / PLI