Martim Guedes atribui o aumento da produção às condições atmosféricas muito favoráveis que se verificaram durante a última primavera, motivando a antecipação do período das vindimas, iniciado nesta empresa no dia 20 de agosto.

O administrador acrescentou à Lusa que o aumento da quantidade também tem uma correspondência positiva na qualidade das uvas, as quais, sublinhou, apresentam uma boa saturação e um bom nível de acidez, o que é garantia de "um vinho de bom nível".

A Quinta da Aveleda tem cerca de 180 hectares de vinha própria, mas essa área apenas consegue produzir 15 por cento das necessidades da empresa. O restante é adquirido a dezenas de explorações vitícolas, inclusive de zonas um pouco mais distantes de Penafiel, como Monção e Resende.

Martim Guedes sublinha que a empresa continua a aumentar a área com vinha da casta alvarinho, totalizando já cerca de 40 hectares.

Esta aposta vai de encontro ao crescimento que se está a verificar na exportação para os Estados Unidos, um território que recebeu muito bem este produto, além do mais conhecido "Casal Garcia", que representa 65 por cento das vendas.

Em 2011, revelou Martim Guedes, a empresa espera continuar a crescer em volume de negócios, aproximando-se dos 30 milhões de euros. De 2009 para 2010, o crescimento foi de 2,2 por cento, uma resultado que a Quinta da Aveleda espera repetir em 2011.

Mais de 55 por cento da produção desta unidade vitivinícola destina-se à exportação.

Outro mercado internacional relevante para a empresa é o alemão, onde a marca "Casal Garcia" tem apresentado nos últimos anos aumentos significativos da procura.

"O mercado alemão está muito interessante", afirmou, revelando que já representa 15 por cento da faturação desta sociedade anónima.

O crescimento da faturação da empresa em 2010 só não foi maior porque se verificou uma retração do mercado interno em cerca de seis por cento, o que também está a ocorrer em 2011, apesar de algumas campanhas de promoção da empresa.

À agência Lusa, Martim Guedes atribui esta diminuição à quebra do poder de compra dos portugueses, que procuram vinhos mais baratos.

 A empresa emprega cerca de 170 funcionários e contribui de forma indireta para sustentar o emprego das empresas que fornecem em exclusivo as suas uvas à Quinta da Aveleda.

Apesar da sua dimensão, a sociedade mantém, em termos de administração, uma estrutura familiar, liderada por António Guedes, bisneto do fundador Pedro Guedes, que é acompanhado no conselho de administração pelo filho António e pelo sobrinho Martim Guedes.

Alguns funcionários estão ligados à produção de queijo, uma área de negócio que representa cerca de quatro por cento da faturação global da empresa.

Todo o queijo é feito com leite produzido pelas 200 cabeças de gado que existem na quinta.

Fonte: Lusa/APM.