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Colheita de 2011 vai dar "vinhos de eleição", garante produtor e enólogo Neiva Correia
2011 vai ser "um dos melhores dos últimos 20 anos" na qualidade dos vinhos produzidos, disse à Lusa o produtor e enólogo Neiva Correia, em vésperas de encerrar a vindima nos 200 hectares de vinha que possui com os irmãos.

"Pela matéria prima, pelas análises e pela observação das uvas das diferentes castas, verifico que vamos ter brancos excelentes e tintos excelentes. Dificilmente haverá outros anos que se possam igualar", disse à agência Lusa, sublinhando que a "fruta muito saborosa" das diferentes castas só pode fazer prever que desta colheita sairão "vinhos de eleição".

Nos 200 hectares de vinha da Rui Abreu Correia, Herdeiros (RAC), espalhados por várias propriedades entre os concelhos de Torres Vedras e Alenquer, encontram-se castas tão diversas como Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Castelão, Caladoc, Shiraz, Alicante, Boushet, Pinot Noir, Merlot, Cabernet Sauvignon, Alvarinho, Fernão Pires, Moscatel.

José Neiva Correia foi o responsável pela introdução em Portugal da casta Caladoc (cruzamento de Grenach com Malbec), fez a maior área de Alvarinho fora da região dos vinhos verdes e está atualmente a fazer ensaios com Dornfelder, casta tinta alemã de ciclo curto, numa área de 1,5 hectares.

O enólogo explica a introdução destas castas na região onde produz pela resistência que revelam à influência atlântica.

A profunda experiência no setor, levam Neiva Correia a ser um adepto das boas práticas agrícolas, optando pelo material orgânico, que produz em estaleiros junto às vinhas e que assegura ser fundamental para uma produção de "alta qualidade".

Foi também essa experiência que o levou a desenvolver um método para desinfeção de rolhas, e a optar por ter uma tanoaria própria onde restaura as barricas que compra em França.

A vindima, mecânica, começa no final de agosto pelas castas mais precoces, como a Pinot Noir, a Dornfelder ou Alvarinho, culminando pelo equinócio (21 de setembro), porque, assegura, é raro o ano em que não chove nessa altura, prejudicando a qualidade do vinho.

"Também aí este foi um ano de exceção", afirmou.

É na Quinta de Porto Franco, o seu "berço", que tem o lagar onde produz os vinhos que depois engarrafa na Quinta da Fonte Bela (no concelho do Cartaxo), sede da DFJ Vinhos, empresa que detém a 100 por cento e onde recebe vinhos de praticamente todas as regiões do país (Lisboa, Tejo, Douro, Terras do Sado e Alentejo).

Aí produz 6 milhões de garrafas por ano, que exporta na quase totalidade para mais de 30 países, com forte aposta no Reino Unido, porta de entrada na Commonwealth, sendo seu objetivo duplicar a produção nos próximos três anos.

Tem por "inspiração" criar os vinhos que o consumidor deseja, desenvolvendo o que chama de vinhos conceito, como o Pink Elephant (feito para acompanhar a comida picante servida nos restaurantes indianos tão populares no Reino Unido) ou o Slow Wine, marca que registou há seis anos e que se prepara para lançar no próximo ano no Canadá.

Com mais de mil prémios recebidos desde 1998, entre medalhas e classificações de Best Buys, a DFJ vai ter, na edição de novembro da revista norte-americana Wine Enthusiast o Grand'Arte Alvarinho 2010 entre os 100 melhores Best Buys produzidos nesse ano, com o mérito acrescido de ser um vinho branco, sublinhou.

 

Fonte: Lusa/Maria de Lurdes Lopes