No Alentejo, a produção de vinho deve sofrer este ano, no Alentejo, uma diminuição devido "à instabilidade climática", que permitiu "o desenvolvimento de míldio", mas sem prejudicar a qualidade final, afirmou a presidente da CVR do Alentejo.
Em declarações à Agência Lusa, numa altura em que estão a terminar as vindimas, Dora Simões disse desconhecer, ainda, o valor da diminuição, mas assegurou que "não é um decréscimo que afete muito negativamente a região".
O decréscimo previsto, explicou, resulta da "instabilidade climática que se registou em todo o país, com períodos de calor e precipitação", o que contribuiu para "o desenvolvimento de míldio", dando origem a que alguns cachos secassem, diminuindo a concentração de cachos por videira.
No entanto, assegurou, este decréscimo não terá consequências na qualidade do vinho, uma vez que a menor concentração de cachos na videira permite obter maior concentração e qualidade do vinho".
Mais a norte, no Douro, na mais antiga Região Demarcada do mundo existem grandes expetativas na qualidade final num momento em que foram colhidos cerca de dois terços das uvas.
O presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), Paulo Osório, disse à Agência Lusa que o primeiro balanço desta vindima é "positivo", verificando-se uma quebra de produção em relação ao ano passado que deverá rondar os 20 por cento. No entanto, segundo o responsável 2010 foi um ano de elevada produção.
Quanto à qualidade dos vinhos, Paulo Osório referiu que as expetativas são "muito favoráveis" apesar deste ter sido um ano "complicado" e que "exigiu um grande esforço e trabalho" por parte de produtores e enólogos. "Normalmente os anos difíceis trazem-nos vinhos muito bons", salientou.
O Douro foi este ano atingido, não de forma homogénea, por ataques de míldio e oídio que obrigaram a uma atenção constante ao desenvolvimento da vinha e a vários tratamentos. O resultado foi, em algumas zonas principalmente do Baixo e Cima Corgo, grandes prejuízos para os vitivinicultores.
Esta vindima no Douro, fica também marcada pelo corte de 25 mil pipas no benefício, fixando-se em 85 mil as pipas que de mosto que podem ser transformadas em vinho do Porto.
Este corte traduz-se diretamente numa quebra de rendimentos dos produtores, o que provocou um grande descontentamento um pouco por toda a região.
No centro do país, no início de junho instalou-se o medo nos produtores do Dão mas com o decurso das vindimas, a meio de setembro, o cenário mudou de um desastre quase certo para a quase certeza de um grande ano de vinhos, branco, tinto ou rose.
António Mendes, da CVR do Dão, já considera 2011 como um "grande ano para os vinhos da região".
A black rot, ou podridão negra e o míldio atacaram em finais de maio, início de junho, mas a quebra ficou-se pelos 20 por cento no global da região.
Depois deste período, de algum susto, as condições climatéricas rearranjaram-se a contento dos produtores e a qualidade consolidou-se, enquanto na quantidade, apesar de algumas pessoas "terem sido severamente afetadas", a média dos últimos anos, de mais de 250 mil hectolitros, deverá ser mantida.
Já a região vizinha da Bairrada passou incólume às doenças, explicou José Côrte-Real, secretário-geral da CVR local, salientando que a colheita das castas dos espumantes já está concluída. Na semana passada, as castas tintas ficaram já nas adegas e também para elas as perspetivas são as melhores, apontando José Côrte-Real para este ano uma estimativa de 350 mil hectolitros produzidos, produção semelhante à de 2010.
No Ribatejo, a CVR do Tejo prevê um ano de "excelência" na qualidade dos vinhos produzidos na região, embora registe uma quebra na quantidade que poderá rondar os 25 a 30 por cento, devido aos ataques de míldio registados no final da primavera.
José Gaspar, presidente da CVR Tejo, disse à agência Lusa que as vindimas, que na região começaram no início de agosto, decorreram "muito bem", com mostos a perspetivarem vinhos "muito equilibrados" e "frutados".
Segundo disse, as perdas nas cooperativas chegaram a rondar os 50 por cento, tendo sido bastante menores nos privados.
José Gaspar realçou o facto de a região estar a registar um crescimento significativo nas exportações - um aumento de 52 por cento no primeiro semestre do ano em comparação com o período homólogo -, o que atribuiu ao esforço de promoção externa que a CVR Tejo tem desenvolvido em parceria com os principais agentes económicos.
Fonte: Lusa / MLL/MLM/PLI/RB
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