"Há uma produção muito elevada de vinho verde Alvarinho que o mercado, neste momento, não absorve. É por isso que temos que começar a pensar no que fazer, face ao excedente", explicou à Lusa o presidente da CVRVV.

Em causa, segundo Manuel Pinheiro, está a permanente subida de produção, que se regista desde meados de 2008, em que o vinho Alvarinho representou cerca de 4,5 milhões de litros.

Para 2011, a previsão é de 7,5 milhões de litros.

"Nesta altura, por exemplo, temos de pensar no que dizer aos produtores que querem avançar para vinhas [casta alvarinho] novas. E não são poucos", sublinha Manuel Pinheiro, após uma primeira reunião, já realizada esta semana, entre a CVRVV e os conselheiros.

Manuel Pinheiro admite que face ao crescimento da produção nos últimos anos será "inevitável" uma descida do preço da uva, paga ao produtor, num setor que, só na Adega Cooperativa de Monção, gerou um volume de negócio na ordem dos 13 milhões de euros em 2010.

"O que vai começar a acontecer é que os agentes locais deixarão de incentivar novas vinhas, porque simplesmente não há escoamento da produção", apontou ainda.

A produção de Alvarinho é feita na sub-região de Monção e Melgaço, envolvendo perto de 2.000 produtores, sendo por norma a uva "mais bem paga" a cada época de vindimas, rondando atualmente um euro por quilo.

"Essa é a nossa preocupação principal. É que está imensa gente a plantar [vinhas] e que depois não vão ter o retorno esperado", concluiu Manuel Pinheiro.

O vinho Alvarinho deriva da casta com o mesmo nome e é considerada, por muitos, como a melhor, de uvas brancas, enxertada nas vinhas portuguesas.

Nos últimos anos a produção de vinho Alvarinho tornou-se mesmo na maior potencialidade agrícola dos concelhos de Monção e Melgaço.

Fonte: Lusa/PYJ.