evento ocorre em Lisboa num momento em que o "mercado interno é uma completa desgraça" e regista "quebras constantes", disse à Lusa João Geirinhas, responsável pela organização. Com o aumento do IVA na restauração para 23%, "não há boas perspetivas" quanto ao futuro do setor, avisou.
Deverá assistir-se, considerou João Geirinhas, ao acentuar da tendência de consumo cada vez mais em casa, com o consumidor a preferir comprar os vinhos no supermercado.
Além da quebra das vendas de vinhos a nível nacional, outro fenómeno que já se observa é ter o consumidor que antes comprava vinhos de gama média e alta a escolher agora produtos mais baratos. Uma opção que, ainda assim, não prejudica o consumidor, uma vez que a qualidade dos vinhos é cada vez melhor, graças ao avanço das técnicas de enologia que permitem obter "vinhos sem defeitos", salientou o diretor da Revista de Vinhos.
Uma das saídas para a crise, defendeu o responsável, passa pela adoção mais generalizada da venda de vinho a copo nos restaurantes, alargando a oferta, que não pode restringir-se ao "vinho mais 'baratucho'".
O cliente "pode não conseguir comprar a garrafa toda, mas um copo custa quase o mesmo que uma cerveja. É uma hipótese para que o consumo não seja abolido nos restaurantes", sustentou, observando que já se regista "uma evolução franca" nesta tendência.
Outro "balão de oxigénio" para o setor é a exportação, que, segundo números do Ministério da Agricultura, consome cerca de 30% da produção nacional.
Portugal tem "enorme margem de progresso" nesta área, sustentou o especialista, admitindo contudo algumas dificuldades: os vinhos portugueses têm uma quota inferior a 2% em dois mercados importantes - inglês e alemão - e enfrentam forte concorrência dos produtores do chamado "Novo Mundo": Chile, Argentina, África do Sul e Austrália, que têm uma grande capacidade produtiva e com custos muito baixos.
Afirmando que os vinhos portugueses "têm uma qualidade que não envergonha", João Geirinhas disse que o principal problema é a dimensão do país, que não garante produção suficiente para abastecer os mercados estrangeiros "de forma consistente".
Angola e Brasil apresentam-se como "uma tábua de salvação" para os produtores nacionais, dada a "afinidade cultural" e por serem "mercados muito jovens".
O grande desafio "é os produtores conseguirem uma forma de se agruparem, através da criação de uma marca", um caminho que tem sido trilhado com a marca "Wines of Portugal", lançada pelo anterior Governo, admitiu.
Ao atual Governo, o setor "só pede que não dificulte". A manutenção da taxa intermédia do IVA para os vinhos "não é uma má medida" e reconhece "que o vinho é um produto estratégico" que pode impulsionar a economia, referiu João Geirinhas.
A Revista de Vinhos volta a organizar, entre sexta e segunda-feira, o "Encontro com o Vinho e Sabores", em Lisboa, que conta, na sua 12.ª edição, com a participação de cerca de 380 produtores de vinhos, queijos, presuntos, enchidos e azeites.
Fonte: Lusa/JH.
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