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Vinhos: Consumidor mais informado abandona ideia de produto alimentar e vê fonte de prazer - especialista
O vinho deixou de ser encarado apenas como um produto alimentar para ser visto como "uma fonte de prazer" por consumidores mais esclarecidos e sofisticados, defendeu o responsável do "Encontro com o Vinho e Sabores", que começa hoje em Lisboa.

O diretor da Revista de Vinhos, João Geirinhas, falava à Lusa a propósito da 12ª edição do "Encontro com o Vinho e Sabores", que reúne cerca de 380 produtores de vinhos, queijos, presuntos, enchidos e azeites, a partir de hoje e até segunda-feira.

O vinho era tradicionalmente visto apenas "como um produto alimentar, parte da dieta portuguesa e mediterrânica", mas, nos últimos anos, tem-se assistido "ao crescimento de um consumo de vinho mais inteligente e conhecedor, em que é encarado como uma fonte de prazer", disse João Geirinhas.

Hoje, "há um público mais urbano e mais informado que tem vindo a descobrir o vinho".

Segundo o especialista, o consumo de vinho inicia-se geralmente entre os 28 e os 30 anos, sendo "os melhores consumidores" pessoas acima dos 35 anos, "até porque é necessária alguma maturidade financeira e emocional" para apreciar vinhos.

Assiste-se atualmente a um "boom" neste setor: as pessoas frequentam cursos de provas de vinhos, colecionam garrafas ou visitam garrafeiras, exemplificou o responsável do encontro.

Este movimento é contudo ainda restrito, alertou: o apreciador de vinho faz parte de uma elite, que não ultrapassa as 400 pessoas.

"É uma pequena minoria, que está a crescer", defendeu João Geirinhas.

Apesar desta realidade, o setor enfrenta uma crise grave no mercado interno, que, para o responsável, será agravada com o aumento do IVA na restauração. As saídas, na opinião do especialista, passam pelo aumento das exportações e por uma maior oferta de vinho a copo nos restaurantes. 

A partir de hoje e até domingo, o público pode contactar produtores de todo o país, experimentar os vinhos e participar em sessões de gastronomia ou provas especiais. Na segunda-feira, o evento é dedicado apenas a profissionais.

No sábado será eleito o melhor vinho da "escolha da imprensa 2011", selecionado por 22 jornalistas da especialidade, numa prova cega.

Este ano decorre novamente o concurso nacional de cartas de vinhos - que é organizado de dois em dois anos -, cujo vencedor será revelado na segunda-feira.

Na edição do ano passado, cerca de 15 mil visitantes passaram pelo encontro.

 

Fonte: Lusa/JH.