"As caves são um ativo importante. São um atributo distintivo do território. Mas ainda é preciso explicar a alguns turistas que o vinho é produzido em Portugal. Temos de comunicar melhor esse ativo. Esta é uma oportunidade que tem de ser agarrada", explicou hoje à Lusa Pedro Quelhas Brito.
O professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e da Escola de Gestão do Porto é o autor do "Estudo de mercado sobre a atratividade das caves do Vinho do Porto", que hoje vai ser apresentado na Associação das Caves de Vinho do Porto.
O facto de a marca mais antiga da cidade não estar ainda "suficientemente bem comunicada" é o aspeto que Pedro Quelhas Brito destaca nas conclusões do estudo.
"Temos de ensinar como se aprecia, como se degusta. Temos de valorizar também o aspeto cultural, histórico, de tradição", explica, vincando que este tem de ser um "trabalho estrutural" e que envolva a população da cidade, a restauração, as lojas e os postos de turismo.
Até porque, destaca o investigador, quando questionados sobre qual a palavra que lhes vem à cabeça quando ouvem falar em Porto, a resposta de 71 por cento dos inquiridos é vinho do Porto.
"O vinho do Porto está estruturalmente ligado à cidade, mas talvez isso esteja a ser mal aproveitado pelas cidades", alerta Pedro Quelhas Brito.
A falta de sinalética sobre as caves do vinho do Porto é uma das críticas feitas pelos 600 turistas entrevistados neste estudo, realizado entre agosto de 2010 e junho de 2011.
"Parece que não há convívio da cidade com as caves e com o vinho do Porto. É uma questão de comunicação", frisa o investigador, avisando que "25 por cento dos turistas que visitam a cidade" escapam às caves.
"É preciso apanhá-los. Temos de conquistar gente mais jovem, o que pode ser feito através do recurso aos media sociais, que são o meio onde eles se movimentam", observa.
Existem ainda outros "obstáculos que restringem a capacidade das caves para produzir riqueza", considera Quelhas Brito, esclarecendo que é necessário "eliminar alguns obstáculos" ao desenvolvimento da marca.
Em causa, para além da sinalética, está dificuldade de os autocarros turísticos pararem junto as caves. "É preciso haver mais flexibilidade relativamente ao estacionamento", defende.
O poder das caves e do vinho do Porto está presente num dos dados apurados pelo estudo: 43 por cento dos inquiridos estão dispostos a "pagar três vezes mais" pela visita às caves.
"Isto não quer dizer que as entradas são baratas. Significa que vale a pena. É uma medida fidedigna de mostrar que estão satisfeitos", avisa.
O "poder exportador" da marca mede-se pela estimativa de que "um quinto dos que visitam as caves podem tornar-se consumidores regulares de vinho do Porto".
Cerca de 56 por cento dos inquiridos manifesta intenção de visitar as caves do vinho do Porto, mas 40,3 por cento não tinha posto essa hipótese antes de chegare à cidade, conclui o estudo.
O investigador explica que este estudo encomendado pela Associação das Empresas do Vinho do Porto pensou, "pela primeira vez, no aspeto espacial", preocupando-se não apenas com os visitantes das caves mas também com os da cidade.
Fonte: Lusa/ACG.
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