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Vinho do Porto: Quebras deverão atingir os quatro por cento em 2011
As vendas de vinho do Porto deverão sofrer uma quebra global de quatro por cento em 2011, com Portugal a registar menos cerca de 12 por cento e a corresponder a um dos mercados com maior redução.

Isabel Marrana, diretora executiva da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), disse à Agência Lusa que o vinho do Porto se encontra numa situação de queda de vendas.

"Prevemos fechar o ano com cerca de menos quatro por cento e com uma inflexão acentuada no mercado nacional, que vai corresponder a um abaixamento de comercialização de mais do que qualquer outro mercado", afirmou.

Segundo dados do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), entre janeiro e novembro as vendas deste produto baixaram 4,1 por cento comparativamente com igual período do ano passado.

Nestes 11 meses foram vendidos 8.1 milhões de caixas de nove litros de vinho do Porto por 309 milhões de euros, ou seja, menos 3,4 por cento de volume de negócios do que no ano passado.

Portugal, que ocupa o quarto lugar nas vendas, registou uma quebra de 12,2 por cento na quantidade de vinho.

Segundo Isabel Marrana, precisamente por causa das quebras na comercialização e do excesso de stocks, em 2011 foi também necessário reduzir o benefício na Região Demarcada do Douro.


O Conselho Interprofissional do IVDP fixou em 85 mil o número de pipas a beneficiar nesta vindima, ou seja, a transformar em vinho do Porto, o que equivaleu a menos 25 mil pipas do que no ano passado.
Em dez anos, o benefício foi reduzido em 45 por cento.

Esta situação veio agravar as dificuldades sentidas pelos viticultores durienses que, à chamada dos Vitivinicultores Independentes do Douro (AVIDOURO), saíram à rua em três manifestações na Régua.

Berta Santos, dirigente da AVIDOURO, disse que os pequenos e médios produtores vão aguardar até ao dia 15 de janeiro, altura em que se prevê o pagamento da primeira tranche do benefício, para saber quanto vão receber pelo vinho produzido este ano.

É que, a agravar a situação está também a quebra "acentuada" dos preços praticados: em 2001, o preço médio pago à produção foi de 1.106 euros e em 2010 rondou, segundo a responsável, os 800 euros.

"Prevemos que os preços se mantenham ou até baixem. Mas só depois de vermos é decidiremos por outras formas de luta", salientou Berta Santos.

Isabel Marrana espera que o próximo ano traga boas notícias para o sector.

"Nós temos que fazer um esforço grande de adequação dos stocks existentes à comercialização e de promoção do produto. Não há outra fórmula", frisou.

Os principais mercados de vinho do Porto encontram-se em recessão e explorar novos mercados implica investimentos altos.

Por isso, a AEVP reivindica a criação de um fundo promocional de marcas próprias, com os oito milhões de euros retirados pelo Estado ao IVDP.

A associação defende ainda uma alteração institucional neste instituto para uma figura privada mas de carácter público.

Estas propostas já foram apresentadas ao Governo.

 

 

Fonte: Lusa/PLI.