Aos 73 anos, António Martins confessa que prefere nem fazer contas: "faço-o por paixão e o prazer que tenho nisto já é um lucro imenso".
A paixão dá corpo aos vinhos da Adega do Alto Tejo, a partir das vinhas de Cebolais de Cima, Castelo Branco.
Há cerca de quatro anos, António Martins vendeu a fábrica de lanifícios que possuía naquela freguesia, porque já não tinha familiares que dessem continuidade ao negócio.
Nos dias frios de janeiro, acompanha os caseiros na poda da vinha, porque tem "muito prazer em andar pela terra".
Afirma "gostar muito disto", tanto que, apesar de se ter realizado nos lanifícios, "se fosse mais novo", hoje pensaria duas vezes sobre o rumo a dar à vida.
A Adega do Alto Tejo produziu 56.500 litros de vinho em 2011, não está nas grandes superfícies, encontra-se em muito do comércio e restaurantes locais e os contactos feito por quem vai provando o vinho já lhe abriram portas em Angola, para onde partem dois contentores dentro de dias.
A norte, no outro extremo do distrito de Castelo Branco, o empresário têxtil João Carvalho, proprietário da Fitecom, na Covilhã, também não resistiu ao apelo da terra.
Na Quinta dos Termos, no pedaço do concelho de Bemonte que encosta ao Sabugal, já o pai vendia vinho a granel quando João Carvalho ali nasceu.
São terras que recebeu de herança, onde reestruturou a vinha ao longo dos últimos 15 anos e criou uma adega já habituada a acolher prémios atribuídos em Portugal e no estrangeiro.
A razão do sucesso diz que se deve à paixão, porque nunca viu a produção de vinho como um negócio, mas antes "como uma boa amante, que alimenta o coração e a alma".
Quando entra na fábrica têxtil, João Carvalho diz que deixa "o coração à porta" e só o põe no sítio quando sai.
"Na quinta é ao contrário: quando entro, o coração tem de vir comigo porque isto da agricultura e vinhos é uma paixão", sublinha.
Atualmente, a Quinta dos Termos produz 750 mil garrafas por ano de vinho tinto, branco, rosé e espumante, que chegam à Noruega, Dinamarca, Inglaterra e Hong-Kong.
Brasil e Estados Unidos são as próximas metas.
Na Covilhã, José Carlos Costa Pais é um nome associado ao comércio e distribuição desde há 30 anos e agora também aos vinhos da Quinta de São Tiago, na freguesia do Dominguiso.
Confessa que o faz "por gosto", mas certo de estar a lançar um negócio com pernas para andar: "não só nesta geração, como na dos meus filhos".
O empresário acredita que, enquanto não se atingem quatro a cinco milhões de garrafas no negócio dos vinhos, "aposta-se por gosto, arranjando forma de não perder dinheiro".
Costa Pais produz as marcas Tranca da Barriga e Quinta de São Tiago, distribuídas em grandes superfícies do grupo Jerónimo Martins e com nichos de exportação em 15 países.
Para o Carnaval está previsto o lançamento de um novo vinho, de gama média alta, à medida das expetativas "do mercado suíço e inglês", revela.
Dentro ou fora do país, nenhum dos três empresários regateia elogios aos vinhos que produz, nem esconde o orgulho com o que o faz, prova da paixão com que diz selar cada garrafa.
Fonte: Lusa/Luís Fonseca
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