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Vinhos: Sistemas de informação geográfica são fundamentais para gestão eficaz da vinha
Os sistemas de informação geográfica (SIG) são fundamentais para determinar em tempo real dados que permitem uma gestão mais eficaz das parcelas de vinha, defendeu hoje um especialista.

Agustín Muñoz, investigador da Universidade de Saragoça (Espanha), defendeu hoje em Miranda do Douro a importância dos aspetos geológicos de cada região vinícola, associados a fatores como castas utilizadas, clima, solo, geomorfologia, geografia e ação humana, para definir a qualidade final dos vinhos.

Neste contexto, defendeu o papel dos SIG, sistemas informáticos que permitem capturar, armazenar, tratar e apresentar informação georreferenciada. Para tal, incluem diversas tecnologias, como mecanismos de captura de imagens ou bases de dados.

O especialista falava numa iniciativa promovida pela Associação Portuguesa de Geólogos em parceria com o departamento de Geologia da Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro que decorre até domingo em Miranda do Douro sob o mote 'A Geologia na Rota da Vinha e do Vinho'.

"Para um vinho ganhar qualidade, o produtor tem de saber adaptar-se à geomorfologia, clima e solo de cada região produtora", acrescentou o investigador.

"Conhecer os aspetos geológicos de cada de região é um fator de vital importância par obter vinhos de qualidade superior", defendeu Agustín Muñoz, perante uma plateia composta por cerca de uma centena de participantes, entre eles investigadores portugueses e espanhóis da área da vinha e do vinho.

Segundo Munõz, é fundamental fazer uma análise por cada tipo de solo, muito condicionado pelo tipo de substrato que está por baixo de cada camada.

"Assim se aumenta a eficácia de cada tipo de amostra de solo. Um solo é um processo dinâmico que evolui e, por isso, o trabalho de recolha de amostras deve ser contínuo para serem obtidos resultados mais eficientes na gestão da vinha", sustentou.

De acordo com o especialista, um dos desafios da vitivinicultura do Noroeste Peninsular é superar os "inconvenientes do minifúndio", onde por vezes se encontram parcelas de terreno "demasiado pequenas" com várias castas misturadas, o que confere uma paisagem diversificada e natural, mas, por outro lado, dificulta a elaboração do vinho em contexto de adega.

 

 

Fonte: Lusa/FYP.