"A região do Douro apresenta uma grande variedade geomorfológica e as suas videiras uma enorme capacidade adaptativa", realça o trabalho, realizado no último ano.
O estudo é de Gregory Jones, tido com um dos maiores especialistas a nível mundial em alterações climáticas na vinha e professor da Universidade de Southern Oregon, nos Estados Unidos, e resultou da sua colaboração com a Associação para o desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID).
Gregory Jones apresentou o seu trabalho no seminário "Alterações climáticas na produção de vinho: visão global e avaliação da situação na região do Douro", que teve lugar na Alfândega do Porto e foi promovido pela ADVID.
O investigador defende que "técnicas como o controlo da restrição hídrica da planta e o incremento da utilização eficiente da água, zonagem geoclimática e diversidade genética da videira" podem ser utilizadas pelos viticultores durienses para fazer ao impacto previsível da subida da temperatura média.
Gregory Jones refere ainda que estão disponíveis medidas de curto prazo como a "aplicação de protetores solares nas folhas ou a alteração dos sistemas de condução".
Num cenário em que o aumento da temperatura média anual pode subir entre 1,4 e 3,3 graus centígrados, até 2050, o segredo consiste em "seguir as abordagens de viticultura sustentável e inovadores em todo o sistema produtivo".
As tendências observadas no Douro estão linha com estudos feitos na Península Ibérica, nomeadamente das temperaturas médias, mas significativas no verão do que no inverno, "maior variedade e frequência de anomalias mensais da temperatura" e uma maior redução da precipitação nos meses de primavera, no último terço deste século.
Neste seminário interveio também o professor João Santos, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o qual disse que algumas regiões do sul da Península Ibérica, podem "tornar-se inaptas" devido às mudanças climáticas previstas.
Até ao final deste século, vamos ter menos chuva e mais calor na Península Ibérica toda e "isso, principalmente na metade sul, que inclui a região de Coimbra para baixo, vai levar a um aumento do stresse térmico e hídrico na vinha", explicou.
Nesse caso, João Santos realça que a videira pode "entrar numa situação de rutura" se não for irrigada - uma prática que, aliás, já ocorre em certas zonas do Alentejo.
"Se não houver irrigação vai ser difícil suportar quatro ou cinco meses sem precipitação nenhuma e com temperaturas muito elevadas", reforçou.
"As mudanças climáticas vão depender também das políticas
ambientais que nós optarmos por fazer. Se optarmos por políticas ambientais não
sustentáveis os cenários piores vão confirmar-se",
alerta.
Fonte: Lusa/AYM.
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