Testemunhas oculares reportaram pedras de gelo do tamanho de bolas de golfe e existem mesmo registos de veículos com amolgadelas. A acrescentar ao desastre, muitas telhas partidas e telhados arrancados pelo vento forte que se fez sentir ao mesmo tempo.
Terá aliás sido a conjugação do vento forte com o granizo que agravou a situação, segundo nos disse Manuel Villas-Boas, da Casa da Calçada, dos vinhos Morgadio da Calçada. Ou seja, as pedras não caíram na vertical mas em oblíquo, apanhando maior área da videira e arrasando folhas e cachos mais desprotegidos. Este gestor estima que 30 a 50% da vinha terá sido afectada mas ainda não conseguiu fazer um levantamento mais preciso. "Aqui à volta foi uma desgraça e a zona entre Provezende e Celeirós foi a mais afectada", concluiu.
E é exactamente em Celeirós que fica a Quinta do Portal.
Paulo Coutinho, director de produção, disse-nos que, em estimativa rápida, as vinhas afectadas terão tido uma perda a rondar os 80%.
As mais atingidas perderam mesmo as varas de poda, pelo que a produção do próximo ano também será afectada. "Toda a região de Celeirós foi duramente atingida, especialmente as vertentes viradas a sul, para o lado do Pinhão", disse-nos este técnico. A Quinta do Portal possui outras vinhas que não foram atacadas (cerca de 60% do total da área) mas produtores houve que não vão colher uvas nesta campanha.
O cordão de granizo atingiu ainda a zona de Ervedosa do Douro. Manuel Sebastião Mesquita, técnico da Quinta de Ventozelo, confirmou-nos que parte da vinha foi duramente afectada pelo granizo mas não tem ainda dados sobre os prejuízos; estava neste momento em levantamento, até porque Ventozelo possui a maior área de vinha contígua do Douro (cerca de 200 hectares). Manuel disse-nos que viu cachos semi-destruídos: "nestes casos o resto não vai ser aproveitado porque seca ou apodrece".
Para alguns outros, mais afortunados, a intempérie foi apenas de água. Foi o que aconteceu na Quinta do Monte Bravo, outra das importantes propriedades da região de Ervedosa. Francisco Márcia Rodrigues, o proprietário, não só não teve prejuízos como achou bem-vinda a chuva: "as terras estavam secas e esta água veio ajudar a aliviar o stress hídrico das videiras".
Não há ainda uma estimativa completa dos prejuízos mas já está uma equipa da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte a fazer o levantamento
Fonte: Revista de Vinhos / António Falcão
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