"Eu observei uma coisa curiosa que é, após a poda, resultam uns pauzinhos, as vides, que são um resíduo e não têm qualquer utilidade", afirmou à Agência Lusa.
A produção de vinho é a principal atividade económica da Região Demarcada do Douro. São hectares e hectares de vinha que todos os anos, após a vindima, têm de ser limpos.
Os resíduos resultantes, as vides, são normalmente triturados ou queimados.
Um "desperdício" de recursos que Pedro Teixeira, 40 anos, resolveu aproveitar e assim nasceu o Projeto Da_Vide.
"O conceito é exatamente este, fazer com que a vide deixe de ser um resíduo desse processo que é a produção de vinho e passe a ser um subproduto e com isso acrescentar valor económico à região", salientou.
Para já, a parte mais visível do projeto é o artesanato. O investigador que se transformou em artesão pega em vides e transforma-as em canetas, lápis, pequenas igrejas ou cruzeiros, comboios, carros de bois, barcos ou colheres.
"É possível imaginar uma infinidade de pequenos produtos em que normalmente são usadas madeiras e que podem ser perfeitamente substituídas pelas vides, como os cabos das colheres ou facas", sublinhou.
Consigo traz também pedaços da sua arte, como uma pulseira ou o pendente de um colar.
As peças estão expostas e à venda na loja do Douro Wonderful Events, na cidade do Peso da Régua, que se tornou um parceiro no projeto.
Mas as aplicações para as vides não ficam por aqui. Pedro Teixeira está, neste momento, a desenvolver estudos em várias áreas: desde a produção energética, indústria componentes e acessórios, engenharia e tecnologia e ainda design, decoração e moda.
O responsável garante novidades para breve mas, por agora, diz que o segredo é a alma do negócio. "São soluções muito inovadores e algumas das quais muito simples", frisou.
Tirou o curso na Faculdade de Engenharia do Porto e desenvolveu vários projetos, sendo o mais conhecido uma bengala eletrónica para invisuais, com a qual ganhou uma medalha de ouro nos Estados Unidos da América e uma distinção no Japão.
A burocracia que teve que enfrentar acabou por se transformar num entrave e por isso abandonou a investigação para andar a fazer outras coisas.
Este ano veio viver para a Régua e foi aqui que voltou a criar e a inovar.
Pedro Teixeira disse que acredita que o Projeto Da_Vide pode contribuir para combater a desertificação deste território, que há mais de uma década atravessa uma grave crise, e ajudar na criação de emprego.
"Aqui está tudo ligado à vinha, que é o que temos em abundância. E a vide é um material que existiria sempre porque a poda tem que ser feita todos os anos", frisou.
O Douro pode ser "pioneiro" no aproveitamento das vides, acreditando o investigador que o projeto "pode ser replicado" em outras áreas vitivinícolas do país ou de outros países produtores de vinho.
Fonte: Lusa / PLI.
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