É uma situação generalizada a todo o Douro. Este ano o corte da uvas na mais antiga região demarcada do mundo inicia-se mais tarde, comparativamente com o ano passado, e os enólogos justificam este facto com a falta de chuva e de calor.
Em 2011, a 02 de agosto já se cortavam as uvas brancas na Quinta de Ervamoira, da empresa Ramos Pinto, localizada no Douro Superior. A enóloga Teresa Ameztoy disse hoje à agência Lusa que este ano a vindima dos brancos começou a 13 de agosto.
Só agora, "as uvas já estão maduras e boas", afirmou a responsável. Relativamente aos tintos, a vindima deverá começar na próxima semana. Esta é, segundo Teresa Ameztoy, uma "zona extrema", muito quente.
Em quase todo o resto do território duriense as uvas deverão estar prontas a colher entre os dias 10 e 15 de setembro.
A vindima para espumantes da Caves Transmontanas, instalada no planalto de Alijó, conta com um atraso de "duas semanas". O enólogo Celso Pereira explicou que o ano vitícola no Douro está a ser "muito atípico". "Estamos a ter um verão com grandes amplitudes térmicas, com as noites frias", salientou.
No ano passado, por esta altura, o responsável teve que interromper as férias para antecipar o corte das uvas.
Celso Pereira não quer, para já, perspetivar quantidades ou qualidade na produção porque "há muita heterogeneidade na planta".
Um pouco ao lado, em Favaios, o enólogo da adega local, Miguel Ferreira, referiu que a vindima da casta moscatel começou a 29 de agosto do ano passado. Em 2012, deverá arrancar "entre o dia 10 e 15 de setembro". "Foi um ano de seca e um verão irregular, as temperaturas não se mantêm elevadas como era costume há décadas", frisou.
A queda de granizo a 25 de julho, que afetou entre 700 a 1000 hectares em Sabrosa, Alijó e São João da Pesqueira, vai influenciar a produção de vinho. Por causa disso, também se prevê uma quebra no moscatel. "Acabou por nos retirar cerca de 400 a 500 pipas", salientou Miguel Ferreira.
A Lavradores de Feitoria junta 18 quintas espalhadas por toda a região demarcada, desde o Baixo Corgo ao Douro Superior.
O enólogo Paulo Ruão falou num atraso de mais de duas semanas nas zonas altas e uma semana mais junto ao rio Douro. "Tivemos falta de água no inverno e um verão menos quente, o que provocou um atraso na maturação", salientou.
A Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) perspetivava uma produção média de cerca de 295 mil pipas, num intervalo de previsão entre as 269 e as 325 mil pipas. Estas previsões foram efetuadas com base no modelo pólen, recolhido em maio nas três sub-regiões do Douro.
"Começamos com um boa nascença, com bons cachos, mas depois, devido às condições climatéricas tivemos algum desavinho", explicou Paulo Ruão.
O desavinho é um acidente fisiológico em que não ocorre a transformação das flores em fruto Mas, até ao "lavar dos cestos é vindima", pelo que as condições climatéricas que se verificaram até ao corte das uvas é que vão condicionar a produção de vinho no Douro.
"Estamos numa fase complicada. Se tivermos um tempo regular, com calor razoável, podemos ter boas condições de maturação. Mas se tivermos chuva na apanha da uva, isso pode-nos prejudicar", frisou.
Fonte: Lusa / PLI.
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