Antigamente, as rogas eram os grupos de homens e mulheres que desciam das montanhas para o corte das uvas e a pisa nos lagares na região duriense.
As rogas organizadas pelo serviço educativo do MD têm como protagonistas crianças e jovens, provenientes de fora da região e, segundo anunciou hoje a instituição, arrancam a 20 de setembro.
A data coincide com o período de vindima da Quinta Senhora da Graça, em Santa Marta de Penaguião, parceira do MD neste projeto.
Marisa Adegas, da equipa do serviço educativo, disse à agência Lusa que a realização das rogas está dependente das condições climatéricas. O programa é dirigido a crianças e jovens dos 1.º, 2.º, 3.º ciclos de escolaridade e ensino secundário.
Segundo a responsável, o museu promove esta iniciativa desde 2005 com o objetivo de dar a conhecer todo o trabalho que se faz à volta da vindima, a maior festa do Douro e que culmina um ano inteiro de trabalho na vinha.
"Primeiro dar a conhecer, porque a maior parte desses jovens não tem a noção do que é uma vinha", salientou.
Os participantes são quase todos de fora da região demarcada. As crianças e jovens chegam, na maior parte dos casos, das zonas do Porto, Braga, Penafiel ou Santo Tirso.
Depois, segundo acrescentou, é também importante revelar aos participantes as cores do Douro, os cheiros da terra e das uvas e o sabor dos bagos acabados de colher.
"São sobretudo essas experiências mais sensoriais, mais de sentidos, que nos interessam", salientou.
Neste dia de vindimas, os estudantes vão cortar uvas, têm direito ao pequeno-almoço tradicional, ou seja, o bacalhau com as batatas, e ao almoço de vindima, arroz ou massa com feijão cozinhado em pote de ferro e fêveras assadas.
A ideia, de acordo com Marisa Adegas, é que os participantes possam partilhar também as experiências dos vindimadores.
Se a quinta tiver, na altura, uvas no lagar, os estudantes poderão ainda participar na pisa a pé.
A responsável referiu que por ano, em média, participam nas rogas duas a três turmas, com cerca de 70 a 100 estudantes.
As rogas do Douro ficaram imortalizadas na obra de Miguel Torga, o mais conhecido dos escritores transmontanos.
No livro "Vindima", Torga contava que, em setembro, "os homens deixam as eiras da Terra Fria e descem, em rogas, a escadaria do lagar de xisto. Cantam, dançam e trabalham. Depois sobem. E daí a pouco há sol engarrafado a embebedar os quatro cantos do mundo".
Fonte: Lusa / PLI.
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