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Douro: Empresa de vinho do Porto vai investir 14 ME numa adega e centro de armazenamento
A Gran Cruz vai investir nos próximos anos 14 milhões de euros na construção de uma adega e um centro logístico de armazenamento no concelho de Alijó, disse hoje fonte da empresa de vinho do Porto.

Jorge Dias, diretor geral da Gran Cruz Porto, referiu à agência Lusa que a construção da adega em Alijó começou no mês passado, prevendo que esteja concluída de modo a iniciar a laboração na vindima do próximo ano.

Este empreendimento representa um investimento de cinco milhões de euros e visa substituir as instalações da adega de Sanfins do Douro, que foi desativada há dois anos.

Haverá depois, de acordo com o responsável, uma segunda fase do projeto, destinada a vinhos do Douro e vinhos do Porto de categorias especiais, orçamentada em cerca de dois milhões de euros, e o centro logístico de armazenamento, que vai custar cerca de sete milhões de euros.

Com este centro, a Gran Cruz pretende concentrar num único local os "stocks" que atualmente estão espalhados por vários locais da região.

"Ficamos ainda com uma reserva de terreno que nos permite, quando se revelar necessário, transferir a nossa operação para o Douro", salientou.

Nesta vindima, a empresa vai adquirir cerca de 11,5 milhões de litros de vinho do Porto, comprando a maior parte das uvas nos concelhos de São João da Pesqueira, Tabuaço, Santa Marta de Penaguião, Alijó e Murça.

"Os preços ainda não estão definidos, porque este ano a variável aguardente pode aumentar o custo de produção até mais 110 euros", explicou.

As Caves Santa Marta, a maior adega da Região Demarcada do Douro, com 1.800 associados e uma dívida de mais de 23 milhões de euros, são há muitos anos um fornecedor tradicional de vinho generoso branco da Gran Cruz.

Este ano, o grupo fez um acordo com a adega, através do qual se comprometeu a efetuar o pagamento das uvas de vinho generoso diretamente aos associados das caves.

"Foram os próprios associados a tomar essa decisão, com a qual concordámos", frisou Jorge Dias.

Depois de dois anos sem receber pela entrega das uvas na adega de Santa Marta de Penaguião, os viticultores receberam agora metade do valor correspondente ao benefício, ou seja a quantidade de mosto que pode ser transformado em vinho do Porto.

A segunda tranche deverá ser paga em janeiro.

Um viticultor, que preferiu manter o anonimato, disse à agência Lusa que já entregou na cooperativa as uvas correspondentes ao benefício, tendo recebido também metade do pagamento devido.

Quanto às restantes uvas, acrescentou, preferiu ficar com elas para fazer vinho em casa para "beber com os familiares e amigos". Isto porque, segundo salientou, a adega de Santa Marta não deu garantia do pagamento pelo vinho de mesa.

Anualmente a Gran Cruz produz cerca de 23,5 milhões de garrafas, das quais 93,5 por cento se destinam para exportação, sobretudo para países como a França, Alemanha, Bélgica e Espanha.

 

Fonte: Lusa / PLI.