Início\ Informação \ Notícias
A “L’Art en Bouteille” quer pôr os melhores vinhos portugueses nos copos do mundo
A empresa "L'Art en Bouteille", criada há menos de um ano, em Paris, por três portugueses, pretende pôr os vinhos nacionais de alta gama nos mais requintados restaurantes, hotéis e pontos de venda da capital francesa, e também do mundo.

Em declarações à agência Lusa, Roger Carvalho, cofundador da "L'Art en Bouteille", explicou que a ideia amadureceu "vários anos", e que foi evoluindo à medida que ele e os seus dois sócios, Ana de Morais e João Pedro Garcia, observavam que os vinhos portugueses, embora recebessem "pontuações excecionais nos concursos internacionais", estavam ausentes do mercado francês.

"Fizemos uma demarcação em relação ao chamado 'mercado da saudade', que é um mercado fantástico, que funciona muito bem, com produtos de entrada de gama, que são muito bons, mas por onde nós não quisemos entrar", explicou.

Todos os contactos da empresa, acrescentou o cofundador, "são franceses ou internacionais, e feitos a partir de Paris. São contactos com hotéis de quatro, cinco estrelas, contactos com restaurantes com estrelas Michelin".

Roger Carvalho diz que "há, no mercado francês e internacional, uma procura de produtos novos, e de novos países". O que é preciso, considerou, "é conhecer e estudar esses mercados, e propor o novo produto". A receita para o sucesso é "compreender os códigos locais, e adaptar" a imagem e a comunicação.

A "L'Art en Bouteille" arrancou com cinco parceiros, todos produtores de vinho na zona do Douro - Quinta Vale D. Maria, Quinta da Gaivosa, Quinta do Sagrado, Quinta do Vale Meão, e Quinta da Manoella (Wine&Soul) - e organizou, em outubro, uma prova de vinhos na embaixada de Portugal em Paris.

O balanço do trabalho feito nestes primeiros meses "é positivo", diz. A empresa pretende até começar a trabalhar na importação de vinhos de alta gama produzidos noutras regiões de Portugal.

"Pensamos que há um défice com os vinhos do Alentejo, que os vinhos da Madeira podem também não estar no nível em que podiam estar. Depois, há regiões e tipos de vinho que também têm que ser descobertos, como o vinho da região do Dão, os vinhos da península de Setúbal e o vinho verde", acrescentou.

O empresário afirmou ainda que "os preconceitos de França em relação a Portugal já desapareceram". Roger Carvalho garante que "falar de Portugal como produtor de vinhos excelentes é normal e não é chocante para o ouvido dos franceses".

 

Fonte: Lusa / JYF // MBA