Início\ Informação \ Notícias
Vinho medieval de Ourém "corre risco de desaparecer"
O vinho medieval de Ourém, classificado desde 2005, "corre o risco de desaparecer devido ao abandono do mundo rural", disse à agência Lusa o vice-presidente da autarquia, José Alho.

"Aquele que era um património interessante a todos os níveis, que é o vinho medieval, como a própria paisagem de vinhedos característica de algumas décadas, tem vindo a desaparecer", salientou José Alho, à margem do seminário "Vinho, Autarquias e Agentes Locais -- O Vinho Medieval", que se realiza hoje naquele concelho, integrado no Congresso Nacional "O vinho e o mundo rural".

A emigração, a falta de rentabilidade na exploração das terras e a migração das pessoas para o litoral estão a ameaçar a produção de um vinho que "tem origem na fundação de Portugal, quando D. Afonso Henriques permite o cultivo de terras por parte dos Monges de Cister, que ensinaram aos oureenses este método ancestral de produção de vinho", pode ler-se numa nota divulgada pela autarquia.

O autarca, contudo, destaca "alguns sinais de esperança: nos últimos anos, algumas pessoas de idade mais avançada ainda estão a trabalhar as terras", bem como "alguns jovens têm ganho o gosto por esta prática, permitindo a sua comercialização", através de uma aposta "numa maior qualidade na produção".

José Alho destaca "o empenho da Vitiourém [Associação de Promoção da Vitivinicultura de Ourém], que tem conseguido imprimir alguma dinâmica", sendo que, defende, "a aposta não deve passar por modificar a produção, mas conferir qualidade e diferenciação ao produto".

Por outro lado, acrescenta, a autarquia tem investido na sua promoção, "a partir da realização da Feira de Produtos da Terra, mas também da criação de um espaço, a Ucharia do Conde, que é uma montra de valorização e degustação dos produtos 'made in' Ourém" e que nasce precisamente de um protocolo estabelecido entre o município, a empresa municipal Ourém Viva e a Vitiourém.

 

 

Fonte: DN Portugal