Um guia, um manual de boas práticas, um novo sítio na Internet e aplicações móveis (para os sistemas Ios e Android) são as novas ferramentas, que serão dadas a conhecer na sexta-feira, em Lamego, durante um seminário internacional de enoturismo.
"Se temos paisagens, vinhos de qualidade, centros de receção, quintas, alojamentos, salas de provas de grande nível e aquela forma de receber tão característica que os estrangeiros valorizam, o que é que falta? Falta alguma organização", disse à agência Lusa Miguel Santos, da Beira Douro - Associação de Desenvolvimento do Vale do Douro.
Miguel Santos explicou que o guia -- a editar em português, inglês e espanhol - é "exclusivamente de enoturismo, só entram produtores de vinho do Douro que se dediquem também à atividade turística".
"É uma novidade, porque normalmente os guias são genéricos, falam quer de enoturismo, quer de outras modalidades de turismo, enquanto o nosso é exclusivamente dedicado ao enoturismo", frisou.
Vão ser também lançadas aplicações móveis que ajudarão os utilizadores a "decidir qual o local onde pretende desfrutar dos vinhos do Douro".
"Uma pessoa pode estar no Porto, escolher uma das 29 quintas aderentes, clicar naquela que pretende visitar e fica com o trajeto até ao local", exemplificou, acrescentando que "todos os contactos ficam acessíveis e pode ser feita a ligação telefónica ou por email para as quintas".
Segundo Miguel Santos, esta ferramenta tem também componentes pedagógicas: "explica um pouco da história dos vinhos do Douro, desde o começo, passando por questões mais técnicas, mas numa linguagem muito acessível, e tem um breve curso de iniciação à prova, explicando como se deve observar, cheirar e degustar".
A ideia foi "lançar ferramentas que ajudem as pessoas, porque o público é muito heterogéneo".
Será também lançado um manual de boas práticas, que ficará disponível na página da Internet e em papel, destinado sobretudo aos operadores de enoturismo, e que faz uma súmula da informação recolhida em quatro regiões vinhateiras de Espanha, Itália, Califórnia e África do Sul.
"É referido o que achamos que pode ser aplicável no território do Douro e aquele que achamos que não é o caminho. Não são puxões de orelhas, são apenas orientações para os operadores no sentido de se organizarem e de lhes mostrar que às vezes pequenas coisas são determinantes para o sucesso deste segmento turístico", explicou.
Miguel Santos realçou que a edição do guia e as restantes ferramentas são apenas "um pequeno passo", sendo o objetivo "integrar cada vez mais parceiros" e "chegar aos mercados da procura".
Na sua opinião é determinante que, por exemplo, os turistas que visitam o Porto "possam pelo menos prescindir de dois dias da sua estada para conhecerem onde o vinho nasce".
"Há bons exemplos de regiões produtoras de vinho que tinham alguma atividade no enoturismo, mas que definhavam, e no espaço de dois anos, sobretudo à custa da organização, conseguiram uma grande transformação", acrescentou.
O seminário internacional que se realiza na sexta-feira em Lamego vai reunir especialistas de Portugal, Espanha, França e Estados Unidos da América.
No final será inaugurado o "Taste Douro", um evento enogastronómico que decorrerá até domingo, no Museu de Lamego e que vai juntar arte, vinho e gastronomia.
Fonte: RTP / Lusa
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