Para serem transportados para fora da Região Demarcada do Douro, os vinhos do Porto ou DOC Douro (denominação de origem controlada Douro) têm que ser selados. Até agora, os camiões eram carregados nas empresas e tinham que passar pelo entreposto de Peso da Régua para efetuaram a selagem e só depois podiam seguir até Vila Nova de Gaia.

O presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral, disse hoje que, com o novo processo, são as próprias empresas que fazem a selagem dos vinhos. A desselagem, ou seja, a retirada do selo é feita em Gaia por fiscais do instituto público.

O responsável garantiu que se intensifica ainda o controlo sobre os vinhos da região e referiu que a fiscalização, que pode ocorrer na origem, percurso ou à chegada, é reforçada com as três pessoas que estavam afetadas aos postos de selagem agora fechados.

Manuel Cabral salientou ainda como uma vantagem desta alteração o facto de os veículos de transporte já não terem de seguir pela Régua, o que permite atenuar o trânsito no "coração da região" onde as estradas são estreitas e as curvas acentuadas.

Em 2012, foram seladas na Régua 3.340 cisternas, que continham 78 milhões de litros de vinho, 88%do qual era vinho do Porto.

Hoje, na Quinta da Cavadinha, concelho de Sabrosa, foi feita uma demonstração de como se processa a selagem de um camião.

O enólogo da Symington Family Estates, João Pedro Ramalho, salientou a flexibilidade que as empresas passam a ter, bem como a diminuição dos custos, quer na poupança de quilómetros ou combustível, quer na poupança de tempo.

O enólogo referiu que permite alargar o período de trabalho, que deixa de estar dependente do horário de funcionamento dos postos de selagem.

Com instalações espalhadas um pouco por todo o território, como Vila Nova de Foz Côa, Carrazeda de Ansiães, Pinhão, Sabrosa ou Régua, os carregamentos de vinho da Symington podem seguir agora diretamente para Gaia. Uma viagem que pode passar a ser feita por vias principais e mais rapidamente.

O enólogo sublinhou ainda as vantagens ambientais, com a diminuição da pegada de carbono do setor vitivinícola e considerou que se aumenta também a responsabilidade por parte das empresas.

O novo processo de selagem permite também, segundo o IVDP, aumentar a eficiência e rapidez da comunicação entre o instituto e o setor.

Isto porque, a partir de agora, todas as comunicações referentes ao processo de transferência de vinhos são feitas por via eletrónica, quer as efetuadas pelos agentes económicos, quer os alertas de controlo aos serviços de fiscalização.

O IVDP é a entidade responsável pela gestão das Denominações de Origem e da Indicação Geográfica da Região Demarcada do Douro, controlando todos os movimentos de conta corrente entre locais de armazenagem.

Fonte: Porto Canal / Lusa