«Por força da mudança de hábitos alimentares cada vez mais ocidentalizados, os russos estão a consumir vinhos, por acompanharem bem aquilo que comem, por terem um teor alcoólico mais baixo do que, por exemplo, os do Alentejo», explicou Vasco Avilez, presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa, à agência Lusa.

Segundo a CVR, a procura deve-se também «à conjugação da qualidade com o preço». Desde há cinco anos que os vinhos de Lisboa começaram a ser transaccionados para a Rússia, e em 2013 passou a ser o seu sexto principal mercado, a seguir a Angola, Brasil, Estados Unidos da Europa, Europa do Norte e China, com cerca de 250 garrafas vendidas e 650 mil euros facturados.

De acordo com este organismo, os vinhos de Lisboa continuam a conquistar mercado, razão pela qual as vendas aumentaram cinco por cento em 2013, com uma vantagem económica de mais três milhões de euros face a 2012 e 83 milhões de euros dos 725 milhões de euros com que os vinhos portugueses contribuíram para o Produto Interno Bruto (PIB) e para o saldo positivo da balança comercial.

Em 2013, a região de Lisboa reduziu em 18 por cento a sua produção, com 900 milhões de litros, mas, em contraponto, houve mais vinhos certificados, tendo em vista sobretudo a sua valorização nos mercados externos.

«O aumento de certificação ocorreu porque, devido à recessão nacional e ao facto de a produção ser menor, os produtores quiseram garantir o "stock" dos seus vinhos certificados para os mercados externos, visto que a previsão era de que a procura nestes mercados subisse», justificou o responsável, adiantando que as contas de 2013 apontam para um aumento da exportação de vinhos certificados.

Segundo a CVR, esse crescimento foi de cinco por cento, equivalente a 23,5 milhões de selos emitidos.

A Estremadura, região da CVR de Lisboa, é a segunda maior do país em área, com 26 mil hectares de vinha, produzindo 22 milhões de garrafas por ano, ou seja, 20 por cento dos vinhos portugueses.

Além disso, é a maior região a exportar vinhos certificados e a única a produzir vinhos leves.

A região possui oito vinhos com Denominação de Origem Controlada, nomeadamente, Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Óbidos, Encostas D'Aire, Bucelas, Carcavelos e Colares, dois vinhos regionais de Lisboa, sendo um deles o único leve do país, e uma aguardente, da Lourinhã, com Denominação de Origem Controlada.

Fonte: Confagri / Lusa