O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) foi alertado pela alfândega germânica, fez as análises necessárias e concluiu que o vinho apreendido não foi produzido na Região Demarcada do Douro (RDD). "É um vinho licoroso mas que não tem as caraterísticas do vinho do Porto genuíno. Trata-se de um produto enganador do consumidor e danoso para os nossos interesses", disse, ao JN, o presidente do IVDP, Manuel Cabral, sublinhando que "foi violado o direito da União Europeia relativo à proteção da denominação de origem Porto".
Manuel Cabral entende que os consumidores, intermediários e autoridades devem estar muitos atentos aos produtos para evitarem ser enganados. O selo, por exemplo, "não é igual ao nosso, embora já tenham sido identificados produtos com um muito parecido". Este selo, assegura, "é a garantia de que um produto tem uma determinada denominação de origem".
No caso das garrafas agora apreendidas, também tinham a inscrição "Port" escondida por um autocolante com outra designação.
Manuel Cabral destaca ainda a forma e a eficácia com que as autoridades alemãs detetaram esta infração, bem como a rapidez com que alertaram o IVDP, dando seguimento à destruição do produto. "É um excelente exemplo de monitorização e controlo destas tentativas de falsificação", acentua.
A África do Sul já está obrigada internacionalmente a proteger a denominação de origem Porto, mas a garantia do cumprimento do acordo bilateral com a União Europeia ainda não foi inteiramente assegurada.
Fonte: Jornal de Notícias
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