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Quinta do Seixo é Case Study em biodiversidade
A Quinta do Seixo, propriedade da Sogrape Vinhos no Douro, acolheu há dias uma reunião de especialistas europeus em biodiversidade.

A Quinta do Seixo, propriedade da Sogrape Vinhos no Douro, acolheu há dias uma reunião de especialistas europeus em biodiversidade ligados ao projeto BioDiVine - uma iniciativa financiada pelo Programa LIFE+ que visa reforçar as estruturas da paisagem vitícola e prossegue o objetivo da Comissão Europeia de travar a perda de biodiversidade no espaço comunitário. A escolha desta Quinta da Sandeman como palco deste encontro científico fica a dever-se às diversas acções e experiências que ali têm sido concretizadas, em estreita colaboração com a ADVID (Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense), que além de serem úteis para uma viticultura mais eficiente e sustentável, são também importantes pelo grande valor paisagístico que conferem às vinhas, promovendo um enoturismo natural com valor para a região, para os produtores e as suas marcas.


Com o objetivo de avaliar o efeito da manutenção de uma biodiversidade saudável no apoio a uma viticultura sustentável - o que alia a conservação de valores paisagísticos, estéticos e naturais à rentabilidade económica da exploração comercial das vinhas - a Quinta do Seixo tem promovido, entre outras ações, a monitorização da diversidade no ecossistema vitícola, a promoção da biodiversidade no ecossistema vitícola através da plantação de sebes com espécies autóctones (madressilva, rosmaninho, roselha, caril, medronheiro, espinheiro), o   restauro do coberto vegetal natural, ou aumentando a luta contra pragas da videira como a traça-da-uva por estratégias biológicas (confusão sexual), reduzindo a luta por via química.


«No caso do coberto vegetal, por exemplo, aos quatro hectares dedicados em 2012 ao projeto, somaram-se mais cinco em 2013, totalizando assim uma área equivalente a nove campos de futebol (92 000 metros quadrados) que será utilizada para comparar a utilização de espécies regionais, como a aveia, o trigo, o centeio, o azevém, o tremoço e a tremocilha, com outras sementes comerciais, casos das leguminosas, gramíneas e mistura de ambas», explica António Graça, responsável pelo Departamento de Investigação e Desenvolvimento da Sogrape Vinhos.


Para a contagem de artrópodes foram instaladas armadilhas ao nível do solo e ao nível da folhagem onde são capturados e identificados. Para detectar e contar pequenos mamíferos, foram montadas câmaras de visão noturna (infravermelhos), cujas imagens permitem comparar a sua quantidade e diversidade entre zonas de bosque ribeirinho, matas e vinha. Os resultados finais do projeto são esperados no final de 2014. Entretanto, diversas espécies foram já repertoriadas entre mamíferos (javalis, raposas, coelhos,  ouriços-cacheiros, fuinhas, entre outros), aves (toutinegras, piscos, chamarizes, cartaxos, cotovias, estorninhos, chapins, picanços, rabirruivos, verdilhões, carriças, tentilhões, entre outros) e insetos (coleópteros, himenópteros, dípteros, heterópteros, ácaros, aranhas, escorpiões, centopeias, milípedes, entre outros), atestando a extraordinária biodiversidade natural da Região do Douro, considerada um hub de biodiversidade no Norte do País.



Fonte:
Maria João de Almeida / Elisabete Mendes