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Vinhos e chocolates portugueses com possibilidades de negócios na Indonésia, segundo o delegado da AICEP em Jacarta
A participação portuguesa na Expo de Vinho e Queijo de Jacarta, Indonésia, terminou ontem com expetativas de negócios, dado o interesse dos indonésios pelos chocolates e vinhos portugueses, especialmente os alentejanos, segundo o delegado da AICEP em Jacarta.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) representou as empresas vinícolas Avelada, Caves da Montanha, Cortes de Cima, DFJ Vinhos, Herdade da Calada, Monte da Ravasqueira, Sogrape e Vale de Fornos e ainda o azeite da Occidens e os chocolates Theo Kakaw em mais de uma dezena de reuniões com importadores e distribuidores, disse à Lusa João Cardim.

O também responsável de negócios da embaixada portuguesa em Jacarta somou quatro interessados em vinhos portugueses e três a quatro manifestações de interesse nos chocolates gourmet.

Um deles é Hendrawan, diretor-geral da PT Indoboga Jaya Makmur e apreciador de chocolates salgados, que espera que os Theo Kakaw sejam bem acolhidos no mercado, se chegar a um acordo com a empresa portuguesa, porque, "comparando com outros produtos europeus", "o chocolate já é comum" entre os indonésios.

"Em Jacarta as pessoas pensam que o vinho do Porto é apenas fortificado, mas é espantoso que em Portugal eles consigam produzir vinho natural" e "muito mais competitivo", destacou Bobby Corputty, especialista de vinhos da PT Pantja Artha Niaga, explicando que na cultura indonésia a tradição manda comer e só depois beber vinho.

O delegado da AICEP realçou que "a reação foi melhor aos vinhos alentejanos", ou seja, para os indonésios os vinhos doces devem ter "características semelhantes aos vinhos do Alentejo", apesar de também apreciarem o vinho do Porto.

"Mostraram-se interessados e a reação foi boa. Agora tem de haver uma insistência muito grande da nossa parte e uma espera entre seis meses a um ou dois anos para que as coisas se concretizem", advertiu, sublinhando que a "oferta é muita".

Contudo, segundo João Cardim, em breve, uma marca portuguesa "vai começar a ser comercializada" na Indonésia, dado que a empresa responsável, cujo nome não quis adiantar, "já se tinha descolado ao mercado, inclusive com o apoio da AICEP".

Manuel Quiros, que gere o hotel Gran Meliá de Jacarta, referiu que "encontrar vinhos de qualidade é difícil e caro", exemplificando que uma bebida que na origem vale seis euros chega ao consumidor final a 30 euros, e concordou que "existe uma oligarquia" de importadores.

Além do imposto de 150 por cento, o espanhol lamentou a redução da quota de vinho importado anunciada "em ano de eleições" no maior país muçulmano do mundo.

Manuel Quiros referiu ainda que as quotas de importação de outros produtos levam os produtores locais a subirem os preços, porque "têm mais mercado", e acrescentou que o tempo de espera nas alfândegas e a falta de infraestruturas prejudicam a qualidade de produtos oriundos de outros países e até de zonas remotas da Indonésia.

Quanto ao azeite gourmet, o delegado da AICEP concluiu tratar-se de "um produto de nicho", especialmente "num país onde não é consumido".

De acordo com João Cardim, algumas pessoas que provaram os produtos portugueses no espaço de exposições da Rede de Negócios União Europeia - Indonésia manifestaram vontade de encontrá-los à venda no país.

O evento, que decorreu no centro comercial Kelapa Gading desde 09 de maio, recebeu em média 2.000 pessoas por dia, segundo a organização.

 

Fonte: Maior Tv | Lusa