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Rabigato e Alfrocheiro, castas de grande futuro?
José Vouillamoz diz pouco (ou nada) à esmagadora maioria dos enófilos. Mas este técnico suíço é considerado um dos melhores geneticistas de uva de todo o mundo.

 Foi ele aliás o grande colaborador de Jancis Robinson e Julia Harding no livro "Wine Grapes" (1280 páginas), considerado desde logo como a ‘bíblia' das castas, contando com a descrição e avaliação de 1.368 variedades diferentes.


Recentemente, Vouillamoz falou de castas do futuro num simpósio para Masters of Wine, em Florença. Castas do futuro que têm potencialidades para brilharem em todo o mundo. E as duas primeiras referidas foram... portuguesas. Uma delas é a branca Rabigato, outra a tinta Alfrocheiro. Porquê? O Rabigato porque no Douro, onde é mais plantada, dá vinhos de alta qualidade, de muita acidez (frescura) e com bom potencial de envelhecimento.


Quanto ao Alfrocheiro, muito comum no Dão (mas não só, o Alentejo, por exemplo, também tem) Vouillamoz diz que terá um futuro brilhante por causa da sua capacidade em reter a acidez, mesmo em climas mais quentes.


O geneticista falou ainda em mais castas (14 no total), mas estas foram as únicas portuguesas. Uma outra estrela de grande potencial é a casta tinta Areni, da Arménia. Vouillamoz diz que é uma "casta fantástica, a melhor do país". De tal forma que já atraiu enólogos de grande reputação como Alberto Antonini, Michel Rolland e Paul Hobbs.

As escolhas de José Vouillamoz têm todas a ver com castas capazes de dar vinhos mais elegantes e frescos, exactamente o caminho para onde vão os consumidores hoje em dia, considera o técnico.

 

Fonte: Revista de Vinhos